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sexta-feira, 10 de junho de 2011

REFLEXÕES DE UM TRAÍRA


trairaDurante a assembléia e após a sua realização fui bastante cobrado pelos companheiros, que se sentiram traídos, dentre outros, também por mim, pois esperavam que não validasse a negociação feita pelos representantes da categoria, bem como, a forma de encaminhamento da assembléia.
Democraticamente procurei ouvir a todos. Respeito e compreendo a indignação, pois estes 10% em outubro realmente não era o desejado. Os companheiros queriam pelo menos trocar os 15% de 2015, pelos 10% de outubro de 2010. A maioria expressiva da assembléia acreditava que deveríamos continuar pressionando o Governo, para obter índices melhores. Por isto se sentem traídos.
No meu entendimento, o problema é que a corda já havia sido esticada demais, e, insistir na pressão poderia trazer muitas conseqüências para vários companheiros, pois nesta campanha não havia uma predisposição expressiva para empreitar uma paralisação real e expressiva.
Qualquer pessoa que tem experiência em campanha salarial sabe que existem momentos de construir a reivindicação, de criar mecanismos de pressão, de estabelecer negociação e também de finalizar o movimento (aqui é a parte mais difícil).
Tendo participado de quase todas as últimas campanhas salariais, não tenho qualquer receio de afirmar que esta campanha foi a mais organizada e eficiente, tanto do ponto de vista da construção da proposta, dos eficientes mecanismos de pressão (blefar também faz parte de estratégia), do processo de negociação e, principalmente da sabedoria de não radicalizar no momento errado e também dos resultados.
Convém observar que a Polícia e o Bombeiro, não podem se tornar organizações inviáveis, e o respeito à ordem democrática é necessário, para que companheiros não sejam sacrificados. Todos que tem uma visão estratégica, sabem que a radicalização dos militares, era esperada por muitos setores, para enfraquecer a nossa luta.
Agora uma aceitação pacífica dos valores negociados também não seria bom para a categoria. Neste sentido é necessário que as lideranças, o Comando e o Governo tenham a convicção de que estes índices não agradaram principalmente os militares que possuem atualmente piso inferior aos quatro mil reais.
Por isto ao meu cuidar o desafio agora é criar uma forma de antecipar estes 15% de 2015 para os militares que atualmente recebem vencimentos menores que os quatro mil reais. Difícil, mas com muita luta do Rodrigues, do Júlio e das Entidades, compreensão dos Comandos do Governo, e, também dos militares que recebem mais que estes valores poderemos alcançar mais esta conquista.
Por fim, gostaria de dizer a todos, que, respeitadas as opiniões em contrário, ao meu sentir, houve muita ingratidão e agressões gratuitas a pessoas que tanto se esforçaram para trabalhar pela classe. Esquecemos muito fácil das coisas. Alguns agridem por inveja, outros por insensatez, outros querendo destruir as lideranças na tentativa de ocupar seus lugares.
Mas a história ninguém apaga. Eu rendo homenagens, não apenas ao Rodrigues e ao Júlio, mas a todos que em 1997, se sacrificaram para que hoje policiais novos, tivessem até a condição de xingar as suas liderançasem assembléia. Isto é saudável, pois faz parte do jogo democrático.
Finalmente, com a compreensão, de que nunca na história da polícia Militar e do corpo de Bombeiros, uma campanha salarial, conseguiu dobrar os salários de todos, inclusive dos funcionários civis, em quatro anos, parabenizo e agradeço a todos que de alguma forma participaram da campanha, com a certeza de que ainda é possível melhorar a situação dos militares que recebem menos, ainda que não seja agora. Acredito que o Anastasia não vai encerrar o seu Governo sem antecipar os 15% de 2015.
Um obrigado especial aos nossos blogueiros, que tanto se esforçaram na divulgação e na pressão. Obrigado a todos! Um pedido ao Rodrigues, Júlio e entidades: continuem unidos, pois somente desta forma será possível  aperfeiçoar nossos processos de promoções, jornada de trabalho e acabar com desrespeitos aos direitos e garantias fundamentais que tanto incomodam a tropa.
Domingos Sávio de Mendonça
Assessor Jurídico da Ascobom

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