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quarta-feira, 23 de maio de 2012

Comerciante desaparecido em Bom Despacho foi queimado e triturado por Zé Matador , diz Polícia

Assassino foi preso na capital mineira e seria o mesmo que desferiu golpes de facão contra um jovem de Pompeu nas proximidades do trevo de Martinho Campos.

Publicação: 23/05/2012 18:50 Atualização:


Durante reconstituição, José Aparecido assumiu a autoria do crime (Simone Lima/EM/D.A.Press)
Durante reconstituição, José Aparecido assumiu a autoria do crime
Depois de 5 meses de investigação, a Polícia Civil de Bom Despacho, no Centro-Oeste de Minas, conseguiu desvendar o mistério do desaparecimento do comerciante Michael Henrique Pinto dos Santos, de 29 anos. O assassino da vítima foi preso no início da semana, em Belo Horizonte. Nesta quarta-feira, durante reconstituição do crime, José Aparecido Vieira da Silva, de 41 anos, confessou ter atirado e, em seguida, queimado o corpo de Michael. Pedaços de um material, semelhante a fragmentos de ossos, foram enviados ao Instituto de Criminalística, em Belo Horizonte, onde será feito exame de DNA.

O comerciante foi visto pela última vez no dia 21 de dezembro do ano passado. Nesse dia, ele estava bebendo em um bar, no Centro de Bom Despacho, na companhia de José Aparecido, mais conhecido como Zé Matador. Segundo informações do delegado regional, Célio de Assis, os planos para o assassinato de Michael partiram do ex-sócio da vítima, Fábio Evangelista Fonseca, de 35 anos. “Os dois faziam parte de uma quadrilha de estelionatários que agiam na região. Fábio teria comprado uma mercearia de Michael. No entanto, ele não pagou o comerciante o valor que os dois haviam acertado. Foi então que começaram as desavenças”, explica.

Como Fábio se recusava a pagar a dívida, Michael passou a ameaça-lo, dizendo que o entregaria para polícia. Revoltado, Fábio teria “contratado” José Aparecido para matar o amigo. Em troca, ele daria ao comparsa R$ 10 mil e a sociedade na mercearia. “No final das contas, ele cometeu o crime e recebeu apenas R$ 200. Ou seja, Fábio acabou dando um novo golpe”, comenta o delegado.

No dia 21 de dezembro, José Aparecido chamou Michael para ir até sua casa, na zona rural de Moema, onde passaria para ele alguns talões de cheque falsos. Antes de ir para residência, eles passaram em um bar da cidade, beberam e, só então, o assassino levou a vítima até o local onde cometeria o crime. O comerciante foi assassinado com tiros e, depois, queimado. Na época, Fábio teve a prisão preventiva decretada, mas como não havia provas que comprovassem o crime, ele foi liberado pela justiça há cerca de duas semanas e agora é considerado foragido.

Durante a reconstituição do crime, José Aparecido se emocionou e afirmou estar arrependido. Ele chegou a confirmar que Fábio teria oferecido dinheiro para que ele matasse o amigo, mas o motivo do crime, segundo ele, foi outro. “Eu havia vendido para ele 21 galinhas e ele não me pagou. Quando fui cobrar, ele me ameaçou, dizendo que me entregaria para polícia, caso eu continuasse cobrando o dinheiro. Fiquei com medo disso. Peço perdão aos familiares, mas eles sabem o filho que tinham em casa”, conta.

Emocionada, Maria de Fátima Oliveira mostra a foto do filho Michael (Simone Lima/EM/D.A.Press)
Emocionada, Maria de Fátima Oliveira mostra a foto do filho Michael
Para a mãe de Michel, nenhum motivo justifica o assassinato. “Ele matou toda nossa família. Michel deixou dois filhos, de 6 e 13 anos. Minha vida acabou. Quero que ele e Fábio paguem na justiça o que fizeram”, diz.

José Aparecido foi encaminhado para a Penitenciária Pio Canedo, em Pará de Minas. Fábio está sendo procurado pela Polícia Civil de Bom Despacho. Um segundo inquérito para saber como funciona o esquema de estelionato da quadrilha foi aberto e segue sob sigilo.

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