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segunda-feira, 27 de maio de 2013

Delegado suspeito de balear namorada é impedido pela 2ª vez de comparecer a audiência para dar sua versão


O encontro seria realizado na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). A decisão causou um mal-estar entre deputados e a Justiça. Os parlamentares ameaçam não aprovar projetos do judiciário, caso o delegado não possa participar da próxima reunião sobre o assunto

Publicação: 27/05/2013 16:05 Atualização: 27/05/2013 18:02
A adolescente segue internada no Hospital João XXIII desde de 14 de abril (Reprodução/FAcebook)
A adolescente segue internada no Hospital João XXIII desde de 14 de abril

O delegado Geraldo do Amaral Toledo Neto, suspeito de atirar na cabeça da namorada, a adolescente A.L, de 17 anos, foi impedido novamente pela Justiça de comparecer em uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) para discutir o caso. Devido à decisão, os deputados, em retaliação, resolveram se unir e prometem deixar de votar projetos do Judiciário. Entre eles, está uma matéria que propõe a construção de novos fóruns em Minas Gerais. Outro encontro para discutir a tentativa de homicídio foi marcado para o dia 17 deste mês.

Em 9 de maio, a Comissão de Direitos Humanos realizou uma audiência sobre o caso e a Justiça já havia negado a presença do delegado. Na ocasião, o deputado Durval Ângelo (PT) leu uma carta de Geraldo Toledo, em que o policial disse que era alvo de perseguição de desafetos na polícia. No documento, ele também contou como conheceu a adolescente, dizendo que ela seria uma pessoa problemática. 

A delegada que investiga o caso, Águeda Bueno do Nascimento, da Corregedoria-Geral da Polícia Civil, afirmou, durante a reunião, que deve concluir o inquérito no início de junho. A policial aguarda alguns laudo que ainda não ficaram prontos. A adolescente, vítima do disparo, segue internada no Hospital João XXIII. O estado de saúde dela não pode ser informado pela unidade de saúde à pedido da família. 

Na última quarta-feira, a Justiça autorizou escolta policial no hospital para proteger a garota. O pedido foi feito pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), que recebeu uma denúncia de familiares da vítima que estavam sendo ameaçados de morte.  Alguns objetos da adolescente foram encontrados perto do Viaduto da Mutuca, na BR-040. Familiares da jovem reconheceram, na última semana, uma bolsa e um pé de sandália dela. As buscas foram realizadas no local, depois que um amigo do delegado foi ouvido pela Corregedoria da Polícia Civil. 

O crime
A adolescente foi baleada em 14 de abril. O delegado foi buscar a jovem em Conselheiro Lafaiete, na Região Central de Minas, e depois seguiram juntos para Ouro Preto. Por volta das 19h50, a PM recebeu a denúncia da briga de um casal na estrada entre o município e o distrito de Lavras Novas. Vinte minutos depois, a corporação recebeu novo chamado, de que A. deu entrada numa unidade de pronto atendimento (UPA) com um tiro na cabeça. 

Funcionários da unidade de saúde informaram a PM que um homem deixou a adolescente no hospital e informou que ela teria tentado suicídio. Porém, não quis se identificar e saiu sem deixar telefones de contato em um Peugeot preto. O veículo foi apreendido e passou por perícia. 

Toledo afirma que a garota tentou suicidar, porém, exames residuográficos feitos nas mãos da adolescente não encontraram vestígio de pólvora.

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