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sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Perícia defasada diminui eficácia do pedido de detenção

 
Para o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), a polícia científica tem uma grande dificuldade hoje de chegar à autoria e à materialidade de crimes violentos, que, se fossem comprovados, justificariam a prisão preventiva dos suspeitos. O problema é que a deficiência interfere em todo o sistema de Justiça.


“Começamos as ações penais com base nas investigações preliminares da polícia, mas se o inquérito padece de alguma deficiência, nós já partimos em desvantagem para obter uma condenação. A prova técnica pode ser decisiva, especialmente quando benfeita”, explica o coordenador do Centro de Apoio Operacional de Combate ao Crime Organizado do MPMG, André Ubaldino.
Atualmente, há 240 peritos criminais na capital e 540 no Estado. Segundo o Sindicato dos Peritos Criminais de Minas Gerais, o efetivo deveria ser de pelo menos 960 para atender toda a demanda. “Nos plantões, por exemplo, nós temos apenas uma equipe com dois peritos. Então, se eles estão atendendo uma ocorrência em algum lugar da cidade e ocorrer outro crime em um ponto diferente, os parentes da vítima e a Polícia Militar vão ter que esperar. A perícia de um caso simples não é feita em menos de duas horas”, argumenta o presidente do sindicato, Wilton Ribeiro.
O promotor critica a morosidade do trabalho pericial. “A ação do tempo destrói tudo, e, portanto, os vestígios deixados no crime ou, pelo menos, os corrompe. Portanto, quanto mais rápido é feita a perícia, maior será a eficiência da investigação”.
A Polícia Civil afirma que o efetivo será reforçado: 121 médicos-legistas e 95 peritos criminais serão nomeados no Estado no início de 2014. Outros 1.281 cargos administrativos também devem ser ocupados até outubro próximo. (AL)

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