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quarta-feira, 21 de maio de 2014

China pode levar Nova Serrana "pro buraco".


Nova Serrana deve produzir menos e vendas fracas preocupam empresariado

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CALCADO-G
Perspectiva. Paula Bahia, dona de uma fábrica em BH, só está otimista quanto ao mercado interno
PUBLICADO EM 20/05/14 - 03h00
As vendas de calçados em Minas Gerais ainda não apresentaram a reação esperada pelo setor para este ano. De acordo com o vice-presidente do Sindicato da Indústria de Calçados do Estado de Minas Gerais (Sindicalçados/MG), Gilson Geraldo Xavier de Oliveira, também diretor comercial da empresa Spatifilus, isso deve-se à entrada predatória dos produtos chineses no país, que praticam preços bem abaixo do valor de mercado, e ao enfraquecimento da economia do Brasil, com vendas mais fracas.
 

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“Nós estamos vivendo um período de estagnação. No início do ano, a expectativa era de um aumento de 5% nas vendas em relação a 2013, mas acho que vamos faturar o mesmo o que faturamos no ano passado”, disse.
Em Nova Serrana, que é o maior polo calçadista do Estado, o mercado está bastante “morno”. É a avaliação feita por produtores da cidade. “No ano passado, a gente produziu 91 milhões de pares. Esse número não deve mudar este ano”, disse o vice-presidente do Sindicato Intermunicipal das Indústrias de Calçado de Nova Serrana (Sindinova), Júnior César Silva.
A média histórica da cidade é a produção de cerca de 100 milhões de pares por ano.
Localizada na região Centro-Oeste, Nova Serrana tem 1.200 indústrias de calçados em atividade. As fábricas geram 20 mil vagas diretas e outras 22 mil indiretas.
Mesmo com a estabilidade, algumas fábricas sofrem mais com o enfraquecimento da economia. “Tive uma redução de 20% nas vendas até agora”, reclama o dono da fábrica Apogeu, Anderson Geraldo.
ExportaçõesEm Nova Serrana, hoje, apenas 2% da produção é direcionada ao mercado externo. Antes era bem mais. Mas mesmo com o pouco interesse nas exportações, os fabricantes andam sofrendo com o aperto do governo argentino – maior comprador. “A presidente Cristina Kirchner tem reduzido o número de licenças aos importadores, o que vem complicando bastante o setor calçadista brasileiro”, reclama Júnior César.
De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), 381 mil pedidos brasileiros seguem sem liberação para entrar no país vizinho. O prejuízo é avaliado em cerca de US$ 6 milhões.
O valor médio do calçado exportado entre janeiro e abril de 2014 caiu 8,2%, em relação ao mesmo período de 2013. Segundo a Abicalçados, o preço passou de US$ 8,46 para US$ 7,77 o par.

Para fábricas de BH, mercado interno está um pouco aquecido

Se as exportações estão em declínio, o mercado interno, em Minas Gerais, vem apresentando um leve aquecimento.

“O problema mesmo é a exportação. A gente teve uma queda de 20% nas vendas para o exterior neste ano, em relação a 2013. Isso é por causa do dólar. O câmbio tem apertado um pouco a gente”, conta Paula Bahia, dona de uma fábrica em Belo Horizonte que produz, em média, trezentos pares de sapatos por dia.

“O que vem segurando é a demanda dentro do Brasil. O retorno tem sido bom”, disse a empresária, que além de abastecer o mercado interno, tem negócios com Estados Unidos, Holanda, Austrália, Inglaterra, Portugal, África do Sul e Angola.

Quem também está otimista com as vendas no Brasil é a diretora da fábrica Luíza Barcelos, Rosa Amélia Aleixo Barcelos.

“Para a gente tem sido bom. Registramos até um aumento de, pelo menos, 10%, em relação ao ano passado. Por aqui, não temos tido problemas com o mercado interno”, conta.

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