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sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Briga entre Peritos e Papiloscopistas prejudicam cena do crime e acabam em processo.

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A Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS-PE) instaurou procedimento administrativo disciplinar contra os três peritos papiloscopistas – responsáveis por colher impressões digitais em cenas de crime – que atuaram no caso de Paulo César de Barros Morato, investigado pela Operação Turbulência encontrado morto em um quarto de motel, em Olinda, no dia 22 de junho. O motivo foi o impasse na solicitação de uma perícia complementar no local onde o empresário foi encontrado.
Morato era apontado como testa de ferro em um esquema de lavagem de dinheiro investigado pela Polícia Federal (PF) que teria movimentado mais de R$ 600 milhões desde 2010. A suspeita é que a organização tenha atuado no financiamento de campanhas do ex-governador de Pernambuco e ex-candidato à Presidência da República Eduardo Campos (PSB), morto em um acidente de avião durante a corrida presidencial.
Após encontrarem o corpo do empresário no motel, os peritos recolheram objetos no local para analisar se Morato havia sido assassinado. No entanto, não houve coleta de impressões digitais em toda a cena do crime. Na ocasião, o perito que atendeu ao chamado disse que não era possível realizar o trabalho sozinho, pediu o isolamento do quarto e uma perícia complementar para o dia seguinte. Quando dois outros funcionários voltaram para fazer o serviço, receberam a ordem de voltar porque o complemento não seria necessário. 
Os três papiloscopistas agora serão investigados no processo aberto nesta terça-feira, conforme portaria da Corregedoria Geral da SDS-PE. Lauro José Macena dos Santos, que atendeu a ocorrência inicial, é acusado de ter “trabalhado incorretamente quanto à solicitação de manter o local isolado; quanto à necessidade de perícia complementar e possível comunicação do servidor em comento com a equipe que esteve no local de ocorrência no dia seguinte”, diz o texto.
Já os peritos Ricardo Freitas de Oliveira e Cícero Rubens Bandeira Fernandes, que foram até o local da morte no dia seguinte, são acusados de terem ido à cena do crime “de forma autônoma, sem comunicação a chefia imediata ou qualquer outra autoridade” e de terem realizado perícia complementar a prestado declarações “com o nítido propósito de prejudicar as investigações e macular a imagem da Secretaria de Defesa Social”.
Disputa
O presidente da Associação dos Peritos Papiloscopistas de Pernambuco (Appape), Carlos Eduardo Maia, criticou a abertura do procedimento disciplinar e disse que a medida é resultado de uma disputa interna entre as categorias de perito criminal e papiloscopistas e de perseguição. “A gente tem toda a tranquilidade, temos tudo documentado, de que ele [Lauro José Macena dos Santos] avisou sobre a perícia complementar. Essa briga de categorias já está se tornando um prejuízo para a sociedade”, criticou.
Em entrevista à imprensa na época do caso para dar uma resposta sobre o impasse na perícia, as autoridades presentes informaram que houve um erro de comunicação entre os profissionais que atenderam a ocorrência.
Na ocasião, Santos disse que fez um relatório sobre a necessidade de perícia complementar e reafirmou que avisou a delegada e a perita criminal sobre a demanda. A versão oficial, no entanto, é que o documento não foi enviado a todas as partes responsáveis. Mesmo assim, as autoridades disseram que o procedimento não seria útil porque a cena estava comprometida pela quantidade de gente que entrou no quarto antes que o morto fosse identificado como o empresário foragido. O inquérito da PC concluiu pelo suicídio de Morato.
“Se houve o erro, por que toda a equipe não é investigada, por que só o papiloscopista? Quem determina isolamento do crime é o delegado de polícia, o perito só comunica a necessidade. E não cabe dizer que não era necessário, o perito papiloscopista é quem vai dizer, depois, se as provas estavam comprometidas”, disse o presidente da Appape.
A associação fará a defesa dos papiloscopistas no processo e pretende entrar com pedido de investigação na Corregedoria Geral da Polícia Civil contra a gerente-geral da Polícia Científica. A entidade também estuda entrar com uma ação assédio moral na Justiça.

A Agência Brasil procurou a assessoria de comunicação da  Secretaria de Defesa Social de Pernambuco, mas não obteve retorno até a publicação.

Um comentário:

  1. Os papiloscopistas querem ser peritos e não são. Eles deveriam entender que é possível colher o DNA destas impressões antes da coleta das digitais, entretanto a aplicação do pó á revelia da análise dos peritos prejudica esta coleta. cada um deveria ficar na sua. isso é absurdo, bem tupiniquim. Não sei nem pq fazem retrato falado também, já que a técnica d software já foi abandonada faz tempo pelo FBI, Scotalnda Yart, Polícia Federal da Alemanha, Suretè da França etc. os países mais desenvolvidos do mundo voltaram pro desenho artístico, mais rápido, fiel e seguro. Isso que dá se meter naquilo que não conhece. Jorge Luiz Werzbitzki - Perito Prosopográfico Forense IC - Chefe do laborat[ório prosopográfico Forense do Instituto de Criminalaística - Polícia Científica PR

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