|
Dr. Francisco Eduardo de Campos ilustre pompeano chamado pelos amigos em Pompéu de Edú do Tunico do Xisto. |
Prezado primo Experidião
Concordo plenamente com seus comentários sobre o nível insuportável e desrespeitoso de ruído existente nas imediações de onde tentei me hospedar no sábado passado (Pça Levi Campos com Messias Jacob). Qualquer decibelímetro ali apontaria a faixa perigosa provodadora de surdez. Cheguei a acionar a Polícia Militar, lembrando-me de minha experiência antiga de médico do trabalho, mas foi insuficiente. Tomei uma iniciativa particular que foi me retirar da cidade, antecipando meu retorno a Belo Horizonte.
Ao contrário do que outros postam aqui o respeito às leis e a convivência devem ser uma norma geral da sociedade. Pessoas que pagam seus impostos não têm que alugar suas casas e ir para as fazendas. Ao contrário, os proprietários de infernais máquinas de som é que deveriam comprar headfones e ouvir a música, na altura que quisessem, mas romper apenas os próprios tímpanos e não o de pessoas ordeiras que pagam seus impostos e não optaram por ouvir música chula de quinta qualidade que não mereceria sequer ir para a lixeira.
Você, primo, como vereador, poderia ter uma iniciativa de uma lei do silêncio, o que vi acontecer em Belo Horizonte, onde um enorme estabelecimento vizinho a minha casa foi enquadrado seguidamente a ponto de deixar de incomodar à vizinhança.
Creio que a passividade de nossa boa gente tem que por um fim a este problema. Uma vez na Suiça vi polícia intervindo porque o vizinho acionou repetidamente a descarga sanitária durante a madrugada!
O problema não era apenas estético ou de mal gosto, era de saúde mesmo, não há timpano que resista a este nível de ruído.
Tenho tido um ótimo diálogo com o Prefeito Municipal, ajudei o que pude em relação ao aperfeiçoamento do SUS em Pompéu enquanto era dirigente do Ministério da Saúde e faço a ele um apelo para que aja, fazendo o que lhe couber no sentido de coibir este enorme abuso.
Breve currículo
Médico sanitarista, mineiro, Campos possui uma longa trajetória na área de recursos humanos em saúde e na formação e desenvolvimento de profissionais de saúde, tendo atuado no Brasil e no exterior.
Com trabalho intimamente relacionado ao desenvolvimento do Departamento de Medicina Preventiva e Social da Faculdade de Medicina da UFMG, foi coordenador e um dos criadores do Internato Rural da UFMG, hoje Internato em Saúde coletiva, assim como também coordenou a residência em Medicina Social.
Em 1985, há 22 anos portanto, foi o primeiro a dirigir a recém-criada Secretaria de Recursos Humanos do Ministério da Saúde no período democrático.
*Francisco Eduardo de Campos é médico e professor titular da Faculdade de Medicina da UFMG.