28.03.2012

Os alunos chegaram na noite de quinta-feira quando foram recebidos pelo vice-prefeito Luciano Lino, pelo secretário municipal de indústria, comércio e agropecuária Fernando Alan Martins Machado e pelo médico veterinário da cooperativa Leite Peu José Joaquim da Costa Júnior. O veterinário destacou a importância da parceria para facilitar o acesso a novas tecnologias e conhecimentos. Ele lembra ainda que Pompéu já foi considerada a maior bacia leiteira do Brasil, e hoje o leite tem perdido espaço para cana e eucalipto. “Uma das razões pode ser a dificuldade do produtor em produzir com qualidade e agregar valor ao produto. O mercado atual paga por qualidade e quem não consegue essa qualidade nas fazendas não progride”.
O projeto é uma parceria entre a UFMG, a Prefeitura de Pompéu e as cooperativas de leite da cidade: Leite Peu e Coopel. Os alunos foram acompanhados pelos professores Zélia Inês Portela Lobato, Antônio Maria Claret Torres, Danielle Ferreira de Magalhães Soares e José Ailton da Silva, do Departamento de Medicina Veterinária Preventiva; Marcelo Resende de Souza do Departamento de Tecnologia e Inspeção de Produtos de Origem Animal; Elias Jorge Facury Filho do Departamento de Clínica e Cirurgia Veterinárias e Diogo Gonzaga Jayme do Departamento de Zootecnia.
Na sexta-feira, os alunos foram divididos em dois grupos. Alguns foram para as fazendas, em duplas, realizar visitas a quatro propriedades da região. E os outros permaneceram na cidade para fazer reuniões e visitas técnicas com objetivo de levantar as demandas de saúde pública junto à comunidade.
Neste primeiro momento, a intenção foi conhecer as propriedades, levantar os problemas, verificar quais são as prioridades e o que poderia ser sugerido. O que se pretende é realizar uma assistência técnica contínua, mas não focada apenas em um aspecto da fazenda e sim entendê-la por inteiro e solucionar os problemas gerais.
O secretário de Indústria, Comércio e Agropecuária da cidade, Fernando Alan, relata que todos os produtores selecionados mostraram receptividade ao projeto, mostrando a importância de aproximar a universidade destes fazendeiros. “O principal é melhorar a qualidade de vida do produtor que não tem acesso a uma assistência técnica regular”, afirma Fernando.
O vice-prefeito Luciano Lima aponta desafios que serão enfrentados pelos dois lados participantes da iniciativa. “O maior desafio é melhorar a qualidade de produção do leite, e a maior dificuldade dos alunos vai ser a resistência de alguns produtores em relação as tecnologias”, explica.
Os alunos Alessandra Rocha Nogueira e Felipe Pimenta visitaram as fazendas Cacique e Dois Córregos, e a dupla Thiago Augusto e Renata Dias, foram nas fazendas São Mateus e Retiro. A família que trabalha na Fazenda Retiro há apenas um mês, é chefiada por Ailton Tavares, que se mostrou satisfeito com a visita dos alunos. “O projeto é muito importante para nós. Estamos aprendendo com eles. Tem muita coisa para mudar aqui na fazenda e vou contar com a ajuda e a força de todos”, diz Ailton.
Os estudantes que ficaram na cidade fizeram uma reunião com comerciantes, carroceiros, religiosos e dentistas para discutir quais são os principais problemas de Pompéu relacionados à saúde pública. A professora Danielle apresentou o projeto e os objetivos do trabalho e ressaltou a participação da sociedade. “Trabalhos de atendimento comunitário só funcionam ouvindo a população”, disse ela.
Entre os principais problemas apontados pela comunidade em relação ao meio urbano estão: orientações para funcionários sobre higiene e saúde, dificuldades com a separação do lixo, castração de animais de rua, entre outros. Como parte do diagnóstico inicial, os alunos também visitaram a vigilância sanitária, o canil, o abatedouro e a secretaria de educação.
A aluna Renata Dias acredita que esta é uma oportunidade de exercitar o lado prático da profissão, uma vez que a escola diminuiu disciplinas desta categoria e aumentou a carga de disciplinas teóricas. “Acho que a prática ainda é uma coisa meio escassa no curso de veterinária. Esta iniciativa é importante para colocarmos em prática o conhecimento adquirido em sala de aula. É neste momento que aprendemos como devemos nos comportar em campo e tomar decisões”, afirma Renata.
O professor Diogo Gonzaga, do Departamento de Zootecnia, que acompanhou uma das duplas, destaca que o projeto ajuda os alunos a desenvolverem sua autonomia e chamar a responsabilidade para si. “A diferença deste projeto está na oportunidade de dar sequência às visitas. Acreditamos que tem tudo para dar certo e esperamos que a adesão dos alunos ao projeto aumente também”.




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