sexta-feira, 12 de abril de 2019

CPI de Brumadinho denuncia falta de peritos no Instituto de Criminalística

Deputados da Comissão Parlamentar de Inquérito também reclamam de falta equipamentos, de insumos, e pedem agilidade na identificação das vítimas da barragem


Por PEDRO FERREIRA

Qui, 11/04/19 - 20h42



A criminalística, administrado pela Polícia Civil, é responsável pela identificação das vítimas de Brumadinho, pelo DNA.

A falta de profissionais levou o Instituto de Criminalística (IC) de Belo Horizonte a recorrer a peritos do interior para ajudar na identificação das vítimas do rompimento da barragem de Córrego de Feijão, em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte.

Além do déficit de estrutura e de pessoal, outros problemas foram identificados no IC nesta quinta-feira (11) pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) de Brumadinho, que visitou o órgão da Polícia Civil responsável pela identificação das vítimas, pelo DNA. Segundo os deputados da CPI, também faltam equipamentos e insumos.

O objetivo da visita foi conhecer as instalações da Criminalística. Os parlamentares disseram que vão cobrar providências do governo do estado e da Mineradora Vale, para que auxiliem no trabalho de identificação dos corpos “em respeito a famílias angustiadas que ainda aguardam por notícias”, disseram.

O diretor da Criminalística, Dário Lopes, informou à comissão que 150 peritos trabalham no local, número insuficiente para a demanda.

“Entre esses profissionais, cerca de 25% já completaram os requisitos necessários para a aposentadoria e podem deixar o serviço a qualquer momento. Atuam no estado hoje aproximadamente 600 peritos, enquanto o ideal seria ao menos 900”, informou a Assembleia Legislativa de Minas (ALMG).

Ainda de acordo com a Casa, o deficit de pessoal faz com que o IC tenha que recorrer a profissionais do interior para realizar suas atividades, além de contar com o trabalho voluntário de alguns peritos que, após cumprirem sua jornada, se dedicam por vontade própria ao trabalho de identificação das vítimas de Brumadinho.

Demissões

De acordo com a ALMG, as recentes demissões de profissionais da Minas Gerais Administração e Serviços (MGS) também afetaram os serviços do Instituto de Criminalística. Serviços administrativos como o da limpeza de laboratórios foram impactados, apuraram os deputados.

Identificação

O processo de identificação das vítimas de Brumadinho começa no Instituto Médico Legal (IML), onde é feito reconhecimento pela digital, análise de arcadas dentárias e antropológica, ou seja, comparação de radiografias. Caso nenhum desses procedimentos seja suficiente, o último passo é a comparação de DNA, no Instituto de Criminalística.

Resposta

Em nota, a Polícia Civil informou que a defasagem de efetivo é uma realidade que remonta de algumas décadas. "O governo está sensível ao problema, apesar das dificuldades financeiras que assolam o Estado. Paralelamente, a atual gestão da Polícia Civil trabalha diuturnamente com a elaboração de projetos para conseguir recursos além dos atribuídos ao Poder Executivo a fim de aparelhar as unidades de investigação, inclusive o Instituto de Criminalística", informou a corporação.

A Vale divulgou, por meio de nota, que disponibilizou equipamentos e serviços para o Instituto Médico Legal (IML) e o Instituto de Criminalística (IC) de Minas Gerais e destacou que "os equipamentos já foram comprados, mas alguns ainda serão entregues".

Relatou ainda que no montante doado estão aparelhos como tomógrafo, flat scan, raio-X, raio-X odontológico, microscópios, sistema de cromatografia, instrumentos de ponta de análise de DNA, entre outros.

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