domingo, 28 de fevereiro de 2021

Policiais: os heróis esquecidos na pandemia


Desde seu início, a pandemia evidenciou a fundamental relevância de alguns profissionais, sem os quais a sociedade certamente sucumbiria. Neste rol de indivíduos merecidamente erigidos a categoria de heróis da vida real, são instantaneamente lembrados os profissionais da saúde - que em exposição direta ao vírus, tiveram que redobrar sua carga de trabalho, arriscando a própria vida em prol da saúde da população. 

Mas no cenário de calamidade, a manutenção da segurança pública se mostrou também uma atividade essencial, de modo a garantir o bom funcionamento da sociedade, a aplicação das leis e a promoção da paz social. Os profissionais policiais, responsáveis por exercer essa atividade, também não pararam durante este período, atuando na linha de frente da pandemia e expostos ainda mais aos riscos já inerentes às suas funções. 

Os policiais civis, por exemplo, seguem atuando normalmente, sem abandonar a população, seja atendendo nos plantões de delegacias, ou nas ruas investigando crimes e realizando prisões de criminosos. Não há home office para a polícia! Distintamente de outras carreiras públicas, os policiais não alteraram sua rotina de trabalho, de modo que o poder público não pode simplesmente ignorar os riscos e sequelas à saúde do efetivo policial. 

A título ilustrativo, o Poder Judiciário reformulou o atendimento ao público, suspendendo a realização de audiência de custódia, suspendendo prazos processuais e tomando outras medidas a fim de preservar a saúde de seus servidores. O Ministério Público também readequou o atendimento e seguiu as diretrizes implementas pelo judiciário. A Defensoria Pública observou as diretrizes lançadas pelo judiciário e aderidas pelo Ministério Público. Ou seja, os demais órgãos integrantes do sistema de persecução penal apresentaram alternativas viáveis de enfrentamento ao problema de saúde em decorrência do vírus, sem descuidarem do seu múnus público.      

Por outro lado, tais medidas não são alternativas viáveis para as forças policiais, sobretudo a de suspensão dos atendimentos presenciais à população. Demais disso, com o fechamento dos prédios públicos (excluídas as unidades policiais) e consequente falta de atendimento presencial, a população que se socorre dos serviços públicos comparece diuturnamente aos plantões das Delegacias de Polícia, que estão sempre de portas abertas para receber e orientar os cidadãos.  Muitas vezes - no caso dos Delegados de Polícia - atendem demandas outras que não afetas diretamente à Polícia Judiciária. 

Malgrado todo esse
contexto angustiante e gravoso que os profissionais policias têm enfrentado, diga-se de passagem, com muita coragem e abnegação, suportam ainda os efeitos da mitigação de concessões de férias, licenças e outros direitos constitucionais. Além disso, cumprem as escalas extras e acumulações de atribuições, dado o grande número de policiais que precisam ser afastados de suas atividades em razão de estarem infectados pelo vírus. 

Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública, desde o início da pandemia, 1.643 policiais civis foram afastados em decorrência de COVID-19, e ao longo de 2020 morreram mais policiais em razão da doença - 19 mortes - do que em decorrência de confrontos. 

Necessário ressaltar que, no estado de São Paulo, em que já faltam mais de 14 mil policiais civis, cada policial afastado ou que venha a falecer em decorrência do vírus faz muita falta para a Polícia Civil e, por consequência, para a segurança do cidadão. Lamentavelmente, todavia, essa categoria de profissionais - já comumente desvalorizada pelos governantes - parece ter sido esquecida durante o processo de imunização da população. Em São Paulo, o governo do estado sequer tem qualquer previsão para a vacinação dos policiais. 

É no sentido de corrigir essa injustiça e preservar a saúde dos policiais que a ADPESP ingressou com ação judicial. Ainda que a liminar tenha sido negada devido a uma interpretação equivocada do pleito, a medida já cumpriu um de seus objetivos: lançar luz e promover o debate público sobre o problema. 

Diante desse cenário, apresentam-se desconectadas da realidade tanto as políticas públicas de imunização quanto as decisões judiciais que preterem os profissionais policiais ao direito à vacinação prioritária.

Neste período desafiador da humanidade, os policiais desejam continuar cumprindo sua missão com a sociedade, arriscando a própria vida se necessário.
Mas cabe ao governo agir para minimizar estes riscos, e a imunização é um poderoso instrumento neste sentido. 

Ao contrário do que dizem os desconhecedores dessa realidade, imunizar os policiais está longe de ser um privilégio, afinal, uma polícia adoecida fortalece a criminalidade. Proteger a vida de policiais, além de uma questão humanitária, é também preservar o funcionamento do Estado de Direito. 

*Gustavo Mesquita Galvão Bueno*
Presidente da Associação dos Delegados do Estado de são Paulo (ADPESP) 

*André Santos Pereira*
Diretor de Relações Institucionais da Associação dos Delegados do Estado de são Paulo (ADPESP)

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

Representantes das policias não aceitam parecer de PEC Emergencial

   DestaquesNotícias

Proposta utiliza a justa e necessária concessão do auxílio emergencial como pretexto para guilhotinar os direitos dos policiais civis e demais servidores públicos

A COBRAPOL, em nome dos trabalhadores policiais civis do Brasil, manifesta seu veemente protesto aos termos do parecer apresentado à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 186/2019, que, sob o pretexto de instituir o necessário e indispensável auxílio emergencial aos brasileiros que mais precisam em face da pandemia, promove novo ataque aos direitos dos servidores públicos, entre os quais a categoria representada pela Confederação.

            De acordo com o referido parecer, da lavra do deputado Márcio Bittar (MDB-AC), durante o acionamento dos gatilhos relativos aos equilíbrios fiscais, ficam vedadas a concessão de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de remuneração de membros de Poder, servidores civis e militares, e empregados públicos, ressalvados os casos derivados de sentença judicial e de determinação legal anterior ao início da aplicação dos gatilhos. (art. 167-A, I, “a”).

            Ficam proibidas ainda a criação de cargo, emprego ou função que implique aumento de despesa. (art. 167-A, I, “b”); a alteração de estrutura de carreira que implique aumento de despesa (art. 167-A, I, “c”); a admissão ou contratação de pessoal, a qualquer título, ressalvadas as reposições de cargos de chefia e de direção que não acarretem aumento de despesa, as reposições decorrentes de vacâncias de cargos efetivos ou vitalícios, e a contratação temporária em caso de necessidade de excepcional interesse público. (art. 167-A, I, “d”); a realização de concurso público, exceto para as reposições de vacâncias. (art. 167-A, I, “e”); a criação ou majoração de auxílios, vantagens, bônus, abonos, verbas de representação ou benefícios de qualquer natureza, inclusive os de cunho indenizatório, em favor de membros de Poder, do Ministério Público ou da Defensoria Pública e de servidores, empregados públicos e militares, ou ainda de seus dependentes. (art. 167-A, I, “f”).

            Em resumo, ficam congeladas – para os policiais civis e demais categorias nominadas, inclusive as que, como os PCs, encontram-se na linha de frente no combate à pandemia –  todas as progressões ou promoções funcionais, assim como a possibilidade de reposição de pessoal indispensável para as carências ocasionadas por aposentadorias, mortes, etc…

            Como se isso não bastasse, fica proibida a adoção de qualquer medida que implique reajuste de despesa obrigatória acima da variação da inflação, observada a manutenção da correção do salário mínimo. (art. 167-A, I, “h”), fato que se agrava diante do congelamento salarial que já atinge há anos nossa categoria.

            O parecer, certamente, combinado com a orientação do ministro Paulo Guedes – um reconhecido inimigo dos servidores públicos, veda, ainda, a criação ou expansão de programas e linhas de financiamento, bem como remissão, renegociação ou refinanciamento de dívidas que impliquem ampliação das despesas com subsídios e subvenções. (art. 167-A, I, “i”); bem como a concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária. (art. 167-A, I, “j”)

            O relatório do senador introduz dois gatilhos para prorrogar as restrições mais por seis meses: um quando a despesa corrente de estados e municípios ultrapassar 85% da receita corrente (neste caso, será necessária a autorização do Legislativo); e outro quando as despesas correntes passarem de 95% das receitas correntes (neste caso, não será necessária a autorização do Legislativo).

            Diante desse cenário, não resta outra alternativa à COBRAPOL e às suas entidades filiadas promover uma ampla denúncia do conteúdo do parecer à PEC 186/2019, que o Senado Federal pretende votar a toque de caixa na próxima quinta-feira (25) pelo que ela representa de ameaça a direitos adquiridos. Trata-se, portanto, de uma emenda constitucional de natureza inconstitucional, que merece todo nosso repúdio, como também de outras categorias de servidores públicos já ameaçados em suas conquistas há anos.

            Segundo o presidente da COBRAPOL, André Luiz Gutierrez, “esperamos que os senadores e, na sequência, os deputados não permitam que os trabalhadores do Estado, em momento tão crítico como o atual, sejam penalizados em nome de um auxílio emergencial que o país precisa. Certamente, existem outras formas de resolver essa questão de emergência do país que não seja através de nova penalização dos servidores públicos”.

Segue, na íntegra, parecer elaborado pela assessoria parlamentar da COBRAPOL à PEC 186/2019 (PEC EMERGENCIAL)

PEC 186/2019

Substitutivo do Relator

Resumo

Arcabouço de Regras Fiscais

  • Necessidade de observação do equilíbrio fiscal intergeracional na promoção e efetivação dos direitos sociais. (art. 6º)
  • Inclusão dos gastos com pessoal inativo e pensionista no orçamento das Câmaras de Vereadores. (art. 29-A)
  • Necessidade de avaliação das políticas públicas, na forma da lei. (art. 37, §16)
  • Lei complementar disporá sobre sustentabilidade da dívida, especificando: a) indicadores de sua apuração; b) níveis de compatibilidade dos resultados fiscais com a trajetória da dívida; c) trajetória de convergência do montante da dívida com os limites definidos em legislação; d) medidas de ajuste, suspensões e vedações; e) planejamento de alienação de ativos com vistas à redução do montante da dívida; (art. 163, VIII)
    • Essa mesma lei complementar poderá autorizar a aplicação de vedações previstas nos gatilhos (art. 167-A).
  • A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios devem conduzir suas políticas fiscais de forma a manter a dívida pública em níveis que assegurem sua sustentabilidade. (art. 164-A)
  • A lei de diretrizes orçamentárias deverá ser elaborada em consonância com trajetória sustentável da dívida pública. (art. 165, §2º)
  • É vedada a criação de fundo público quando seus objetivos puderem ser alcançados mediante a vinculação de receitas orçamentárias específicas ou executados diretamente por programação orçamentária e financeira de órgão ou entidade da Administração Pública. (art. 167, XIV)
  • É vedada a transferência a fundos de recursos financeiros oriundos de repasses duodecimais. (art. 168)
  • No caso da realização da receita e da despesa, durante a execução orçamentária, não comportar o cumprimento das metas fiscais estabelecidas na LDO, os órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública promoverão limitação de empenho na mesma proporção da limitação aplicada ao conjunto das despesas discricionárias do Poder Executivo. (art. 168-A)
  • Inclusão literal dos pensionistas no cálculo do limite de despesa com pessoal, que continuará sendo determinado por lei complementar. (art. 169)

Auxílio Emergencial

  • Fica autorizado, durante o exercício financeiro de 2021, a proposição legislativa com propósito exclusivo de conceder auxílio emergencial para enfrentar as consequências sociais e econômicas da pandemia da covid-19.
  • As despesas decorrentes da concessão do auxílio ficam dispensadas da observância da regra de ouro e da meta de resultado primário, bem como, não será contabilizada no teto de gastos.
  • A despesa deverá ser atendida por meio de crédito extraordinário.

Estado de Emergência Fiscal de Estados, Municípios e Distrito Federal

  • Quando a relação entre despesas correntes e receitas correntes superar noventa e cinco por cento, no âmbito dos Estados, Distrito Federal e Municípios, será facultado aos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, ao Ministério Público, ao Tribunal de Contas e à Defensoria Pública do ente, enquanto remanescer a situação, aplicar os mecanismos de ajuste fiscal apontados pela Constituição, os gatilhos. (art. 167-A)
  • Caso atingida a relação de 95% entre despesas correntes e receitas correntes e o ente opte por não acionar os gatilhos, fica vedada a concessão, por qualquer outro ente da Federação, de garantias ao ente envolvido, bem como a contratação de operações de crédito, até que todas as medidas previstas tenham sido adotadas. (art. 167-A, §7º)
  • Durante o acionamento dos gatilhos, fica vedada:
    • A concessão de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de remuneração de membros de Poder, servidores civis e militares, e empregados públicos, ressalvados os casos derivados de sentença judicial e de determinação legal anterior ao início da aplicação dos gatilhos. (art. 167-A, I, “a”)
    • A criação de cargo, emprego ou função que implique aumento de despesa. (art. 167-A, I, “b”)
    • A alteração de estrutura de carreira que implique aumento de despesa (art. 167-A, I, “c”)
    • A admissão ou contratação de pessoal, a qualquer título, ressalvadas as reposições de cargos de chefia e de direção que não acarretem aumento de despesa, as reposições decorrentes de vacâncias de cargos efetivos ou vitalícios, e a contratação temporária em caso de necessidade de excepcional interesse público. (art. 167-A, I, “d”)
    • A realização de concurso público, exceto para as reposições de vacâncias. (art. 167-A, I, “e”)
    • A criação ou majoração de auxílios, vantagens, bônus, abonos, verbas de representação ou benefícios de qualquer natureza, inclusive os de cunho indenizatório, em favor de membros de Poder, do Ministério Público ou da Defensoria Pública e de servidores, empregados públicos e militares, ou ainda de seus dependentes. (art. 167-A, I, “f”)
    • A criação de despesa obrigatória. (art. 167-A, I, “g”)
    • A adoção de medida que implique reajuste de despesa obrigatória acima da variação da inflação, observada a manutenção da correção do salário mínimo. (art. 167-A, I, “h”)
    • A criação ou expansão de programas e linhas de financiamento, bem como remissão, renegociação ou refinanciamento de dívidas que impliquem ampliação das despesas com subsídios e subvenções. (art. 167-A, I, “i”)
    • A concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária. (art. 167-A, I, “j”)
  • Durante o período de aplicação dos gatilhos fica suspensa a edição de atos que impliquem aumento de despesa de pessoal, bem como a progressão e a promoção funcional em carreiras de agentes públicos, incluindo empresas públicas e sociedades de economia mista dependentes. Excetua-se dessa regra os casos em que promoção ou progressão aconteça para cargo anteriormente ocupado por outro agente e que esteja vago. (art. 167-A, II)
  • Quando a relação entre a despesa corrente supera 85% da receita corrente, sem exceder o percentual de 95%, os gatilhos poderão ser acionados, no todo ou em parte, por ato do Chefe do Poder Executivo, com vigência imediata, mas com posterior submissão para apreciação e convalidação pelo Poder Legislativo local. (art. 167-A, §§ 1º a 5º)
    • O ato perderá a eficácia quando for rejeitado pelo Poder Legislativa, ou quando transcorrido o prazo de 180 dias sem que se ultime a apreciação pelo Legislativo, ou, ainda, quando não mais se verificar o percentual determinado na relação entre a despesa corrente e a receita corrente.
  • O disposto nos mecanismos de ajuste fiscal previstos não constitui obrigação futura de pagamento pelo ente da Federação ou direitos de outrem sobre o erário, bem como, não revogam, dispensam ou suspendem o cumprimento de dispositivos constitucionais e legais que disponham sobre metas fiscais ou limites máximos de despesas. (art. 167-A, §6º)

Estado de Emergência Fiscal da União

  • Se verificado, na aprovação da lei orçamentária, que, no âmbito das despesas sujeitas ao teto de gastos a proporção da despesa obrigatória primária em relação à despesa primária total foi superior a noventa e cinco por cento, aplicam-se ao respectivo Poder ou órgão, até o final do exercício a que se refere a lei orçamentária, sem prejuízo de outras medidas, os gatilhos do próprio teto de gastos, acrescidos das seguintes vedações: (art. 109, ADCT)
    • Admissão ou contratação de pessoal, a qualquer título, ressalvadas as reposições de cargos de chefia e de direção que não acarretem aumento de despesa, as reposições decorrentes de vacâncias de cargos efetivos ou vitalícios, as contratações temporárias de excepcional interesse público e as contratações de temporários para prestação de serviço militar e de alunos de órgãos de formação de militares. (art. 109, IV, ADCT)
    • Aumento do valor de benefícios de cunho indenizatório destinados a qualquer membro de Poder, servidor ou empregado da administração pública e a seus dependentes. (art. 109, IX, ADCT)
  • O disposto nos mecanismos de ajuste fiscal previstos não constitui obrigação futura de pagamento pelo ente da Federação ou direitos de outrem sobre o erário, bem como, não revogam, dispensam ou suspendem o cumprimento de dispositivos constitucionais e legais que disponham sobre metas fiscais ou limites máximos de despesas e, também, aplicam-se às proposições legislativas. (art. 109, §4º, I, II, III, ADCT)
  • Durante o período de aplicação dos gatilhos fica suspensa a edição de atos que impliquem aumento de despesa de pessoal, bem como a progressão e a promoção funcional em carreiras de agentes públicos, incluindo empresas públicas e sociedades de economia mista dependentes. Excetua-se dessa regra os casos em que promoção ou progressão aconteça para cargo anteriormente ocupado por outro agente e que esteja vago. (art. 109, §5º, ADCT)

Estado de Calamidade Pública de Âmbito Nacional

  • Durante a vigência de estado de calamidade pública de âmbito nacional, decretado pelo Congresso Nacional, a União deve adotar regime extraordinário fiscal, financeiro e de contratações para atender às necessidades dele decorrentes. (art. 49, XVIII e art. 167-B)
  • O Poder Executivo Federal, no âmbito de suas competências, poderá adotar processos simplificados de contratação de pessoal, em caráter temporário e emergencial, e de obras, serviços e compras que assegurem, quando possível, competição e igualdade de condições a todos os concorrentes. (art. 167-C)
  • As proposições legislativas, bem como, os atos do Poder Executivo que tenham por objetivo o combate à calamidade, desde que não impliquem despesa obrigatória, ficam dispensados da observância das limitações legais quanto à criação, à expansão ou ao aperfeiçoamento de ação governamental que acarrete aumento de despesa e à concessão ou à ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária da qual decorra renúncia de receita. (art. 167-D)
  • Durante a vigência do estado de calamidade fica afastada a proibição da pessoa jurídica em débito com a seguridade social de contratar com o Poder Público e dele receber benefícios ou incentivos fiscais e creditícios. (art. 167-D, parágrafo único)
  • Durante o exercício financeiro em que for declarada calamidade pública de caráter nacional, fica dispensado o cumprimento da regra de ouro. (art. 167-E)
  • No exercício financeiro em que vigorar o estado de calamidade, a União fica dispensada dos limites, das condições e demais restrições aplicáveis à contratação de operações de crédito. (art. 167-F, I)
  • O superávit financeiro apurado em 31 de dezembro do ano anterior ao da decretação do estado de calamidade poderá ser destinado à cobertura de despesas oriundas das medidas de combate. Não serão usadas fontes de recursos decorrentes de repartição de receitas a Estados, Distrito Federal e Municípios, bem como, algumas receitas vinculadas e, ainda, destinadas ao registro de receitas oriundas da arrecadação de doações, empréstimos compulsórios, ou de transferências recebidas para o atendimento de finalidades determinadas e as receitas de capital produto de operações de financiamento celebradas com finalidades contratualmente determinadas. (art. 167-F, II; art. 167-F, §2º)
  • Lei complementar poderá definir outras suspensões, dispensas e afastamentos aplicáveis durante a vigência de calamidade pública. (art. 167-F, §1º)
  • Os gatilhos previstos no art. 167-A ficarão acionados durante o estado de calamidade, e assim continuarão até o encerramento do segundo exercício financeiro posterior ao encerramento da calamidade. (art. 167-G)
    • Não se aplicam os gatilhos referentes:
      •  A criação de cargo, emprego ou função que implique aumento de despesa. (art. 167-A, I, “b”)
      • A admissão ou contratação de pessoal, a qualquer título, ressalvadas as reposições de cargos de chefia e de direção que não acarretem aumento de despesa, as reposições decorrentes de vacâncias de cargos efetivos ou vitalícios, e a contratação temporária em caso de necessidade temporária de excepcional interesse público. (art. 167-A, I, “d”)
      • A criação de despesa obrigatória. (art. 167-A, I, “g”)
      • A concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária. (art. 167-A, I, “j”)

Redução de Benefícios e de Incentivos Tributários

  • O Presidente da República encaminhará ao Congresso Nacional, em até seis meses após a promulgação da Emenda Constitucional, plano de redução gradual e linear de incentivos e benefícios federais de natureza tributária, acompanhado das correspondentes proposições legislativas e das estimativas dos respectivos impactos orçamentários e financeiros. (art. 115, ADCT)
  • Para o exercício em que foram encaminhadas, a redução deve ser de pelo menos 10% do montante vigente quando da promulgação da Emenda Constitucional, de modo que, no prazo de até oito anos, não ultrapasse 2% do PIB.
  • Não serão contabilizados para redução os seguintes benefícios e incentivos tributários: Simples, Zona Franca de Manaus, entidades beneficentes e produtos da cesta básica.

Desvinculação

  • Ficam desvinculados os gastos mínimos com saúde e educação.

Concurso Polícia Civil MG: entidades da PCMG reivindicam certame



Concurso Polícia Civil MG: em outubro de 2020, 1.514 vagas foram solicitadas ao governo
DeLorena Martins


Postado em 23/02/2021 10:05


No dia 16 de fevereiro de 2021 entidades de classe da Polícia Civil de Minas Gerais estiveram reunidas com a Chefia da PCMG para fazer várias reivindicações. Entre elas está o pedido de realização do concurso Polícia Civil MG para os cargos vagos na instituição.

Atualmente, há na Corporação mais de 7 mil cargos vagos, chegando a 50% das vacâncias.

Em resposta as solicitações, o chefe da PCMG, Dr. Joaquim Francisco, disse que fará o possível para melhorar a Corporação.

Em junho de 2020, a PCMG informou que estava realizando estudos para o concurso destinado às carreiras administrativas, de Médico Legista e Perito Criminal. Já em outubro de 2020, foi enviado ao governo um pedido de realização de concurso para 1.514 vagas.
201 para o cargo de Delegado;
317 para o cargo de Escrivão;
689 para o cargo de Investigadores;
16 para o cargo de Médico legista;
51 para o cargo de Peritos;
80 para o cargo de Analistas; e
160 para o cargo de Técnico assistente.



Recentemente, no dia 18 de fevereiro ocorreu a cerimônia de posse para os nomeados nos cargos de Delegado e Escrivão de Polícia do concurso PCMG de 2018.

sábado, 20 de fevereiro de 2021

Buscas por irmãos chegam ao 5º dia na represa de Três Marias, em Pompéu



Vítimas estão desaparecidas desde segunda-feira (15). Segundo os bombeiros, eles pescavam na represa e estavam acompanhadas.


Por G1 Centro-Oeste de Minas

19/02/2021 09h47 Atualizado há 14 horas




Vítimas desapareceram neste ponto da represa do Lago de Três Marias, em Pompéu — Foto: Corpo de Bombeiros Bom Despacho/Divulgação



O Corpo de Bombeiros de Bom Despacho retomou, na manhã desta sexta-feira (19), as buscas para encontrar os dois irmãos que desapareceram enquanto pescavam, na represa de Três Marias, em Pompéu.


De acordo com os militares, há a possibilidade deles receberem o apoio de uma equipe do Batalhão de Emergências Ambientais e Desastres (Bemad), sediada em Belo Horizonte, com o intuito de otimizarem os trabalhos.


Testemunhas disseram que irmãos estavam acampados às margens da represa desde o dia 5 de fevereiro. O último contato feito com a família ocorreu no domingo (7), por telefone.


Apesar disso, os Bombeiros afirmam que somente na segunda (15) houve o acionamento dos órgãos de segurança.

Desaparecimento


Conforme os Bombeiros, pescadores de outro acampamento estranharam a ausência deles e foram averiguar. Eles encontraram os veículos abertos, com pertences pessoais expostos e peixes estragados, com indícios de que o local havia sido abandonado há pelo menos quatro dias.


Os irmãos usavam um barco, que não estava no acampamento.


Corpo sem identificação



Na última quinta feira (11), o corpo de uma pessoa do sexo masculino foi encontrado próximo ao local, com indícios de afogamento. Porém o corpo não foi reclamado por nenhuma pessoa e foi enterrado sem ser identificado.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

Prefeitura de Pompéu inicia prazo para negociação para quem está na dívida ativa

Interessado pode procurar o setor até o fim de março.


Por G1 Centro-Oeste de Minas

03/02/2021 18h08 Atualizado há 6 horas

O prazo para negociação para quem tem dívida ativa com a Prefeitura de Pompéu começará na próxima segunda-feira (8). O interessado tem até 31 de março de 2021 para fazer a negociação.


A remissão de multas e juros incidentes sobre créditos tributários e não tributários inscritos em dívida ativa, foi possível após a aprovação da lei nº 2.586/2021.


O interessado deve comparecer no setor de dívida ativa no Centro Administrativo de segunda a sexta, das 8h às 17h, para solicitar a negociação. Será ofertado 70% de desconto para o pagamento de forma parcelada, ou em pagamento à vista, onde terá 100% de descontos nos juros e multas.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

Polícia Civil investiga caso de homem que está desaparecido desde 2013 em Pompéu.

 Adriano Aparecido Rodrigues da Silva é natural de Luz e estava trabalhando em uma fazenda na zona rural de Pompéu quando desapareceu. Segundo boletim de ocorrência, ele foi visto pela última vez próximo ao Rio Pará.





Por Mariana Gonçalves, G1 Centro-Oeste de Minas

02/02/2021 14h00 Atualizado há 23 horas




Fátima guarda um dos retratos que mostra como era o marido na época do desaparecimento — Foto: Fátima Sousa/Arquivo pessoal



O desaparecimento de Adriano Aparecido Rodrigues da Silva, em novembro de 2013, é investigado pela Polícia Civil. Na época, ele saiu do município de Luz para trabalhar em uma fazenda na zona rural de Pompéu e não foi mais visto.


A esposa de Adriano, Fátima Alves Santos, afirmou ao G1 que estava grávida dele na época, disse que teve informações de que ele havia morrido, mas espera respostas concretas sobre o que ocorreu com ele.
Desaparecimento

Adriano é natural de Luz e quando desapareceu tinha 33 anos. Fátima afirmou ao G1 que tem três filhos, dois de Adriano e que estava grávida de um deles quando houve o desaparecimento. Desde então, ela fala do sofrimento de não saber o que ocorreu com o marido.



"Tenho três filhos, dois são do Adriano. Desde que ele desapareceu estamos sofremos muito. Há alguns anos, disseram para mim que ele estava morto. Mas a gente não sabe se está mesmo e nem onde o corpo dele está. É uma dor inaplicável não saber onde o pai dos meus filhos está, sofremos muito, eu e toda a família dele", desabafou.




De acordo com o boletim de ocorrência da Polícia Militar (PM), registrado na ocasião do desaparecimento pela irmã de Adriano, testemunhas disseram que o viram pela última vez próximo a um trecho do Rio Pará, que passa pela zona rural de Pompéu e é perto de onde ele estava trabalhando.



Na ocasião, a policia foi até a propriedade rural onde Adriano estava trabalhando. O dono da fazenda disse que, em conversa com outros funcionários, soube que Adriano estaria passando por problemas psicológicos e fazia uso de bebida alcoólica.
DNA


Fátima disse que, meses após o desaparecimento do marido, foram encontrados ossos humanos perto de onde ele trabalhava. Contudo, a família afirmou que não sabe se os ossos são de Adriano porque, segundo segundo a esposa dele, a polícia não fez exame de DNA.
Investigação

A Polícia Civil informou ao G1 que o caso está sendo investigado e que a família de Adriano será intimada para prestar mais informações e orientada sobre os trabalhos realizados no intuito de confrontar o material genético do desaparecido com as ossadas encontradas.