João
Ferreira Lopes implanta projeto voluntário em Engenho do Ribeiro, na
região Centro-Oeste do estado. Em três meses, iniciativa conta com 70
alunos
Por GloboEsporte.com*Divinópolis, MG
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A
chegada de João Ferreira Lopes, de 52 anos, ao Distrito Engenho do
Ribeiro, a 30 km cidade de Bom Despacho, teve para ele mudanças
naturais.
Novos ares e expectativa de aproveitar a vida de aposentado. Mesmo com a
tranquilidade do lugar, de cerca de 3 mil habitantes, ele sentia
que alguma coisa de diferente poderia ser feita. Professor de caratê,
ele observou que a arte marcial era encarada com certa rejeição, pois
era entendida pelos locais como um esporte violento. João não se
importou, e, com a ajuda
de Jacinto Ferreira Lopes, o Vicente, abriu um curso
comunitário na cidade.
Bastaram três meses para uma
total mudança de cenário. João conseguiu fazer neste mês a primeira
entrega de faixas da
cidade. O projeto, totalmente voluntário, que começou como um hobby,
passou a contar com dedicação total. O professor e coordenador da
iniciativa revelou que o início foi
difícil, mas que a gratificação pelos resultados compensa.
- A maioria das pessoas não
sabiam o que eram as artes marciais e nos criticavam. Mas fomos desenvolvendo o
trabalho e hoje temos o apoio de quase toda a cidade. É uma gratificação muito
grande, principalmente com este apoio. Só de ver o sorriso das pessoas, a
felicidades que elas têm, é sensacional. Não tem dinheiro que pague essa
sensação - disse.
Professor buscou passar essência da luta para os alunos (Foto: Prefeitura de Bom Despacho/Divulgação)
Mais de 70 alunos, envolvendo desde crianças a
idosos, fazem parte das aulas voluntárias. Um deles é o próprio dono da
academia onde as aulas são realizadas, Jacinto Ferreira Lopes. Ele explicou que
o grupo não é federado, mas espera poder conseguir isso o quanto antes.
-
A nossa academia também foi feita na base do
voluntariado, assim como o projeto. Ainda não nos registramos em uma
federação por não
termos fundos suficientes, mas futuramente pensamos em fazer isso para
dar mais visibilidade ao que está sendo desenvolvido - comentou o
proprietário.
Mais de 70 alunos de todas as idades fazem parte do projeto (Foto: Prefeitura de Bom Despacho/Divulgação)
Apesar das dificuldades, o professor quis seguir com o
projeto não somente para ensinar a luta. Segundo João, o caratê tem essências
que precisam ser divulgadas e passadas de geração.
- Decidi fazer isso para evitar a violência nas
nossas cidades, evitar envolvimento com drogas e unir as famílias que têm se
dispersado. Quero buscar valores para passar para as pessoas. Assim como no Japão,
estamos tentando passar essa essência de pai para filho - finalizou.
* Colaborou Thulio Oliveira sob supervisão de Raphael Lemos