O casarão centenário da Rua Dimas Guimarães, último remanescente da
época colonial, testemunha da transformação do velho Cercado de Pitangui
na hoje promissora capital nacional do calçado esportivo e tombado pelo
patrimônio histórico de acordo com decreto 16/2002, pelo então Prefeito
Joel Pinto Martins; vêm sendo modificado por uma das herdeiras, com
aprovação do Conselho Municipal de Cultura e transformado em um ponto de
exploração comercial.
A decisão de ceder o velho casarão para exploração comercial foi tomada
em conjunto pela secretaria de cultura de Nova Serrana e o Conselho
Municipal de Cultura local, com participação de familiares com direito a
herança no casarão depois da morte de seu proprietário original, José
Caetano de Freitas, em uma reunião extraordinária.
A equipe de reportagem do Jornal O Popular procurou a secretaria de
cultura de Nova Serrana em busca de copias do termo de tombamento e da
ata da reunião extraordinária do conselho municipal de cultura, sendo
informada pela atendente de que somente a secretária municipal de
cultura Elaine Conceição Santos Costa, poderia autorizar a entrega de
tais cópias.
De acordo com a secretária Elaine, uma das herdeiras do casarão
procurou a secretaria municipal de cultura munida de documentos que lhe
autorizava a utilizar o lote vago anexado ao patrimônio e também
declarado como patrimônio histórico. Diante da autorização dos
familiares, Elaine convocou uma reunião extraordinária do conselho
municipal de cultura e expôs o assunto, sendo votado e aprovado por
unanimidade. A autorização prevê que as características originais do
casarão deverão ser mantidas podendo a usuária utilizar apenas a área
externa do imóvel para o comércio de lanches, preservando a visibilidade
do imóvel.
A reportagem procurou pela secretária durante toda semana até que na
quinta-feira (6) pode ser atendida, na sede do centro municipal de
cultura, no entanto nenhum documento foi apresentado limitando-se a
secretária a explicar como se deu a negociação.
Um dos membros do conselho municipal de cultura que preferiu não se
identificar, afirma que desde o início se posicionou contra a liberação
da área para instalação de um ponto comercial acreditando que haverá uma
descaracterização do patrimônio. O conselheiro afirma que na ata da
reunião que autorizou o uso do espaço por uma das herdeiras, está claro
que nenhuma benfeitoria poderia ser feita no local e que o cimentado
feito no quintal do casarão já é motivo suficiente para que o acordo
seja revogado e a autorização de uso do espaço, independente da
requerente ser herdeira ou não, poderá ser cancelada.
O casarão foi construído no início do século 19 pertencendo à senhora
Joana Genoveva. Nele foram realizados por 44 anos os ofícios religiosos
locais depois que a primeira capela local foi destruída em um incêndio. O
fato ocorrera no ano de 1880, o que indica que, partindo dessa data, o
patrimônio fora erguido a mais de 140 anos.
Muitas lendas cercam a história do casarão, entre elas a possibilidade
de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, ter pernoitado em seu
interior. Lendas à parte, o velho casarão está abandonado culturalmente e
agora, com a instalação do trailer, passará a ser frequentado
cotidianamente, embora não pelo que ele representa para a história de
Nova Serrana e sim pela exploração comercial, um ótimo negócio uma vez
que está situado no coração comercial da cidade.
Fonte: Portal O Popular
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