A poucos dias das manifestações contra o governo federal, a presidente Dilma Rousseff recebeu representantes dos movimentos sociais para tentar ampliar o apoio popular. Ela foi saudada calorosamente pelos militantes. O presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Wagner Freitas, empolgado, prometeu defender o mandato de Dilma "de armas na mão", se tentarem tirá-la do cargo.
O evento “Diálogo com os Movimentos Sociais”, que ocorreu no Palácio do Planalto nesta quinta-feira (13), pouco teve de conversa e se tornou um palco de elogios à petista e de recados de repúdio às movimentações a favor do impeachment. Entre os convidados, cerca de mil membros dos movimentos sociais, que historicamente apoiam governos do PT. Todo evento foi marcado por gritos de "não vai ter golpe" da plateia.
Ao comentar as manifestações marcadas para o próximo domingo (13), Dilma disse que “temos de zelar pelo respeito às pessoas que pensam diferentes da gente”. “Diálogo é diferente de pauleira, dialogo é dialogo, pauleira é pauleira, ninguém pode chamar de diálogo xingar”, discursou.
Dilma também disse que não vê nenhum problema na manifestação. “Não peçam para mim qualquer manifestação contra porque não terei. Eu tenho de ter lealdade à minha história”, disse a presidente ao se referir à ditadura. “O melhor jeito de honrar [a minha história] é entender essa conquista imensa que nós temos: [a democracia]”.
“Respeitar o adversário, não é ficar agradando. É o seguinte: eu brigo até a hora do voto, depois eu respeito o resultado da eleição”, defendeu.
Participaram do encontro de hoje: Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura), CMP (Central dos Movimentos Populares), CUT (Central Única dos Trabalhadores), UNE (União Nacional dos Estudantes) e MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra), MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto). Todos discursaram em favor do governo. “Contra a presidenta Dilma não há qualquer indício ou acusação. Nós queremos que seu mandato continue”, defendeu Carina Vitral, presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes).
Arma na mão
Alguns dos presentes defenderam abertamente que não há motivos para interromper o mandato de Dilma. “Nós iremos entrincheirados de arma na mão se tentarem tirar a presidente”, disparou o presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Wagner Freitas. “Nós seremos o exército que vai enfrentar a burguesia nas ruas e não vai ter golpe. [...] Esse povo que está aqui tem condição de enfrentar os coxinhas nas ruas”, afirmou.
Esse foi o segundo evento de Dilma promovido em “zona neutra” nesta semana. Ontem, Dilma participou do encerramento da “Marcha das Margaridas” com trabalhadoras rurais e mandou um recado para oposição: “Eu envergo, mas não quebro”.
Com índices de popularidade no volume morto, o governo federal tem reforçado a agenda positiva para tentar reverter uma das piores crises políticas enfrentadas pelo governo petista à frente do Palácio do Planalto.
No final de julho, o governo federal lançou o portal Dialoga Brasil, uma plataforma digital para receber críticas e sugestões da sociedade civil sobre como as políticas públicas devem ser conduzidas pelo Executivo.
O evento de hoje faz parte desta plataforma do governo e é de iniciativa da Secretaria-Geral da Presidência. O ministro Miguel Rossetto, que comanda a pasta, disse que o governo federal vai acompanhar as manifestações com “absoluto respeito” e que o Palácio do Planalto “não trabalha com nenhuma hipótese de impeachment”. Também afirmou que o governo tem convicção de que a estratégia implantada pelo governo vai ampliar o diálogo com a sociedade e a popularidade da presidente será retomada.
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