sábado, 26 de dezembro de 2015

Famílias encontram IML fechado familiares de cadaver aguadam por horas por atendimento


Parentes aguardaram médico-perito em Juiz de Fora até as 9h.
Polícia Civil explicou que encaminhamento não foi feito corretamente.

D G1 Zona da Mata
Parentes aguardam no lado de fora do IML  (Foto: Mariane Sequeto/G1)Parentes aguardam no lado de fora do IML (Foto: Mariane Sequeto/G1)
A ausência de médico-perito no Instituto Médico Legal (IML) de Juiz de Fora nesta sexta-feira (25) fez com que vários corpos ficassem do lado de fora do instituto. Parentes afirmaram que esperaram desde o início da manhã e que o médico plantonista só chegou após as 9h. Em nota enviada ao G1, a 1ª Delegacia Regional ressaltou que o perito de plantão estava atendendo a uma ocorrência na Delegacia em Santa Terezinha e que as normas de solicitação do serviço não foram seguidas adequadamente.
Um dos corpos é o do comerciante Marcelino Braga Moutinho, 33 anos, que havia sido baleado em um assalto no dia 15 de dezembro. Depois de nove dias internado, ele morreu nessa madrugada na Santa Casa de Misericórdia. A amiga do irmão da vítima, Flávia de Oliveira, contou que eles ficaram desde as 5h sem informação alguma sobre o atendimento no IML.
“Nós viemos pra cá, encontramos o IML fechado e ficamos sem qualquer informação. Depois eu fui até a Policia Civil pra cobrar de alguém que fizesse alguma coisa e voltamos pra cá. É um completo descaso com a família que já está sofrendo, o médico só chegou agora, mais de 9h da manhã e tem outros corpos lá dentro aguardando liberação”, afirmou Flávia.
Jandira Rodrigues é esposa de uma das vitimas. O marido dela morreu após sofrer um acidente na tarde de quinta-feira (24), quando ia com os três filhos de Campos dos Goytacazes para Caxambu. A colisão foi em Bom Jardim de Minas, cerca de 90 Km de Juiz de Fora. Ela mostrou indignação com a situação, principalmente pela falta de segurança do local.
“Eu cheguei no inicio da manhã, não tinha nem clareado o dia direito, o local não tem segurança, é isolado, a gente ficou do lado de fora sem ter como beber água, comer e sem resposta de ninguém. Eu estou com os meus três filhos internados por causa do acidente e ainda tenho que passar por uma situação dessa”, contou Jandira.
Posicionamento da Polícia Civil
Em nota enviada neste sábado, a Polícia Civil explicou que os encaminhamentos das funerárias de corpos à noite ao IML de Juiz de Fora devem ser acompanhados por um investigador do plantão regional, munido com a autorização de necropsia da autoridade requisitante e o devido registro de entrada no livro de plantão do Instituto Médico Legal.
Desta forma, os plantonistas que assumem os trabalhos pela manhã, acionam o médico legista e o auxiliar de necropsia para início dos trabalhos a partir das 8h, porque, conforme recomendação do artigo 162 do Código de Processo Penal, o exame de necropsia deve ser realizado após seis horas da constatação do óbito.
De acordo com a nota, no caso do corpo de Bom Jardim de Minas, as normas não foram seguidas corretamente por parte da funerária, causando a impossibilidade do serviço. A 1ª Delegacia Regional de Juiz de Fora também vai solicitar esclarecimentos junto à funerária de Bom Jardim de Minas, porque a competência da Regional de Juiz de Fora não abrange o município onde ocorreu o fato. A Polícia Civil também ressalta que só havia um corpo cadastrado no livro de plantão, que era do periciado “Ignorado”.
A nota ainda ressalta que, desde 7h40, o médico legista estava na 1ª Delegacia Regional de Juiz de Fora, no Bairro Santa Terezinha, por solicitação da autoridade de plantão, para confeccionar um laudo de lesão corporal em um preso em flagrante por porte ilegal de armas, que seria encaminhado ao Centro Regional do Sistema Prisional (Ceresp). Depois, realizou outro laudo de lesão corporal, que terminou às 8h33. E após ciência dos fatos, ele se deslocou até o IML do Granbery.

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