quarta-feira, 12 de junho de 2019
Bandidos se passam por compradores de gado para sequestrar fazendeiros em Pitangui
A Polícia Civil prendeu quatro suspeitos de sequestrar fazendeiros em Minas Gerais, nesta terça-feira (11). A ação da quadrilha era comandada por um detento da Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e foi monitorada pelos policiais. A ação do bando foi divulgada pela Polícia Civil, em coletiva nesta quarta-feira (12), na capital mineira.
O golpe foi orquestrado, segundo a polícia, por Breno Henrique Gonçalves de Barcelos, de 27 anos, que cumpre sentença por roubo na Nelson Hungria. O recrutamento dos integrantes da quadrilha, entre eles, uma mulher, também foi feito de dentro da penitenciária.
Foram presos: Rafael Silva Veloso, de 37 anos, com passagem por roubo que tinha a função de tomar conta do cativeiro; Daiane dos Santos Marques, de 22, mora em BH e foi recrutada para recepcionar as vítimas à beira da estrada; Getúlio de Oliveira Santos, de 25, companheiro de Daiane e que também ficava no cativeiro; e Cristian Iago Faria, de 25, com passagem por roubo e era o motorista do bando.
O plano
A quadrilha postou uma suposta venda de um rebanho em um grupo de Whatsapp. A venda interessou um fazendeiro do Norte de Minas. Ele combinou de se encontrar com o “vendedor” em um restaurante de beira de estrada de Pitangui, no Centro-Oeste de Minas Gerais.
Para o encontro, o fazendeiro levou o filho e um funcionário. Por telefone, o "vendedor", que era Breno, de dentro da penitenciária, informou que não poderia ir ao encontro, mas que a mulher dele o representaria.
Ao centro, o delegado Ramon Sandoli, em entrevista coletiva — Foto: Alex Araújo/G1
Em frente ao restaurante, a criminosa se identificou como mulher do "vendedor" e pediu aos fazendeiros que seguissem o carro dela. Ao chegar a uma porteira de uma suposta fazenda, outros dois criminosos armados saíram do matagal e anunciaram o sequestro.
As vítimas foram amarradas, amordaçadas e levadas para uma casa em construção, na periferia de Pitangui.
Como a polícia monitorava as ligações, se deslocou até a cidade para prender a quadrilha, mas quando os policiais chegaram ao local marcado, à beira da rodovia, as vítimas já haviam sido conduzidas.
Os policiais então foram até o cativeiro, onde prendeu os quatro suspeitos. De acordo com o delegado Ramon Sandoli, titular da Delegacia Antissequestro, os policiais foram recebidos a tiros. Eles revidaram e dois suspeitos - um homem e uma mulher - foram atingidos de raspão.
Sandoli disse que o bando era acompanhado há 8 dias e que esse monitoramento consta de ligações que o suspeito Breno Henrique fazia de dentro da prisão. Ele está preso por roubo há 9 anos.
De acordo com o delegado, as vítimas sequestradas ficaram em poder dos criminosos das 9h30 até as 13h45 desta terça-feira.
Fazendeiro de 64 anos, filho e funcionários foram sequestrados por quadrilha — Foto: Alex Araújo/G1
O delegado disse ainda que R$ 85 mil foram transferidos para contas dos suspeitos, mas que o dinheiro foi bloqueado e posteriormente será restituído ao fazendeiro.
Ainda segundo Sandoli, a suspeita Daiane, quando tinha 13 anos, esfaqueou uma amiga e, há cerca de três, matou o marido com uma facada no pescoço. Ela não foi condenada porque o caso foi considerado como legítima defesa.
O delegado informou também que Breno Henrique aplicou um golpe semelhante em novembro do ano passado. Ele também fez um anúncio falso da venda de um caminhão em Nova Serrana, na Região Centro-Oeste do estado, e também extorquiu as vítimas mediante sequestro.
Sandoli informou que de janeiro de 2018 até junho deste ano, 28 ocorrências de extorsão mediante sequestro foram registradas em Minas Gerais. Ainda conforme a polícia, 90% delas foram planejadas e executadas por presidiários.
O fazendeiro
Sem mostrar o rosto e se identificar, o fazendeiro de 64 anos se emocionou na hora em que conversava com os jornalistas.
Ele disse que o momento mais difícil foi quando a Polícia Civil estourou o cativeiro onde ele, o filho e o funcionário estavam.
"A gente tem que valorizar muito o trabalho de inteligência e de apuração dos nossos irmãos [policiais civis]. Por isso, nós estamos vivos aqui hoje", falou.
O fazendeiro atraído pelo falso anúncio disse que o criminoso ofereceu 120 bezerras a R$ 850 por cabeça.
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