O Tribunal de Justiça do Distrito Federal concedeu na noite desta quinta-feira (8) liberdade provisória ao policial militar João Dias, autor das denúncias de suposto esquema de corrupção que levaram à saída de Orlando Silva do Ministério do Esporte.
Dias foi preso nesta quarta-feira (7) acusado de agredir um policial militar e duas servidoras da Secretaria de Governo do DF (veja vídeo ao lado). Ele teria ido à secretaria devolver dinheiro supostamente deixado na casa dele por pessoas que ele relatou em depoimento à polícia como "emissários do governo".
A polícia apreendeu R$ 159 mil na secretaria que teria sido jogado por Dias sobre as funcionárias durante a confusão no Palácio do Buriti. Na quarta-feira, o secretáriio de Governo, Paulo Tadeu, disse que a ação de Dias era uma tentativa de constranger a administração do DF. Tadeu não estava na sede do governo quando o policial foi preso.
No pedido de liberdade, a defesa de Dias argumentou que a prisão era "desproporcional ao dano causado" – no caso, uma luxação no dedo de outro policial militar. Os advogados de Dias argumentaram também que ele agiu em legítima defesa e que não sabia que os seguranças que o contiveram eram policiais militares.
Ao ser preso, Dias foi indiciado por injúria racial e agressão contra duas servidoras e o policial militar. Pela agressão às servidoras, Dias pagou fiança de R$ 2 mil, mas passou a noite na prisão porque a agressão ao policial militar é definido no Código Militar como inafiançável, segundo o major Adriano Meirelles, da assessoria da PM.
Denúncias
O suposto esquema de corrupção no Ministério do Esporte foi revelado por Dias em entrevista à revista "Veja" em outubro. De acordo com a reportagem, Dias afirmou que o então ministro do Esporte, Orlando Silva, participou de suposto esquema de desvio de dinheiro da pasta.
O suposto esquema de corrupção no Ministério do Esporte foi revelado por Dias em entrevista à revista "Veja" em outubro. De acordo com a reportagem, Dias afirmou que o então ministro do Esporte, Orlando Silva, participou de suposto esquema de desvio de dinheiro da pasta.
Orlando Silva, que deixou o cargo devido às denúncias, sempre negou envolvimento com irregularidades. Em nota divulgada na época em que o caso foi tornado público, Silva disse que a denúncia era "falsa, descabida e despropositada".
Na entrevista para a revista, Dias afirmou que o ministro teria comandando um esquema de desvio de verbas do programa Segundo Tempo, de incentivo à prática esportiva entre crianças e adolescentes. Conforme a revista, o suposto esquema teria desviado cerca de R$ 40 milhões da pasta nos últimos oito anos.
As denúncias chegaram ao governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz. Segundo Dias, o suposto esquema de fraude no Segundo Tempo teria começado durante a gestão de Agnelo no ministério. Ele foi ministro entre 2003 e 2008. Na época, Orlando Silva era secretário-executivo da pasta.
Agnelo sempre negou as denúncias, mas admitiu que conhecia Dias, devido a sua militância no PCdoB, sigla à qual o governador era filiado antes de se transferir ao PT.
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