Cachorro foi adotado por donos de restaurante e lanchonete na BR-364.
Animal corre risco de não aguentar andar mais, alerta veterinário residente.
Um cão que vive em uma lanchonete e restaurante em um posto de combustíveis às margens da BR-364 em Mato Grosso, entre as cidades de Tangará da Serra e Campo Novo do Parecis, tem chamado a atenção de quem para no local. 'Bolinha', como o nome sugere, não tem raça definida e está com excesso de peso. Por conta disso, não corre e anda com certa dificuldade. O animal ficou assim após ser 'adotado' pelos proprietários do restaurante, depois de ter sido abandonado pelos donos, há aproximadamente 12 anos, contou o atual responsável pelo cão.
A reportagem foi sugerida pelo internauta Nill Vianna via a ferramenta colaborativa VC no G1.
"Aqui era um lugar de jogar cachorro fora. Beira de estrada, né? Ele chegou aqui magrinho e começamos a cuidar dele. Só que ele engordou muito depois que os clientes passaram a dar comida pra ele. E o Bolinha come tudo que o pessoal dá. Um pouco de comida, pedaços de salgado...", disse o proprietário do restaurante, Edson de Souza.
Ele contou ainda que o cachorro é muito querido por todos. "Ele é muito dócil, não late pra ninguém. É o nosso mascote aqui", afirmou. Souza diz que nunca pesou o cachorro e que tem consciência de que ele está fora do peso normal, mas que nunca buscou ajuda para resolver o problema.
O G1 enviou as imagens do cão ao médico veterinário residente Joaquim Elias Diogo, que desenvolve projeto na área na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). "É um cão obeso, sem sombra de dúvidas. E, pela idade avançada, corre sério risco de parar de andar, porque o corpo dele não vai aguentar mais. As articulações já devem estar ficando comprometidas", opinou. A solução imediata seria uma dieta controlada e exercícios de baixo impacto, sugeriu.A situação do animal surpreendeu Nill Vianna, de 32 anos, que estacionou o veículo no restaurante na última semana para comprar água. "Fiquei impressionado com o tamanho. Ele é baixinho, um pouco maior que um basset. [O peso] Assusta", disse. A dificuldade de locomoção também foi notada por Vianna. "Ele não corre, não faz nada. Anda bem devagarzinho", contou.
Diogo explicou que a obesidade em cães pode trazer problemas articulares e respiratórios, diabates e males cardíacos, entre outras doenças. "Há uma piora na qualidade de vida e também redução na expectativa de vida", disse. O excesso de peso em cães tem aumentado nos últimos anos no Brasil, afirmou. "O padrão de beleza estabelece que o cachorro tem que ser gordinho, mas isso custa caro à saúde do cão. Tem que cuidar, controlar a alimentação, e não deixar ficar acima do peso", completou.
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