Objetivo é buscar informações se paraguaios detidos têm passagens no país. Reincidência de quatro deles faz delegado conduzir com cautela indício de trabalho escravo.
Por Mariana Gonçalves, G1 Centro Oeste de Minas
06/04/2018 12h33 Atualizado há 13 horas
Mais de 200 mil maços de cigarro foram apreendidos em fábrica clandestina (Foto: Polícia Militar de Abaeté/Divulgação)
A Polícia Civil informou nesta sexta-feira (6), que estuda acionar a Polícia do Paraguai para ajudar nas investigações dos estrangeiros presos em uma fábrica clandestina de cigarros, na quinta-feira (5), em Abaeté.
O objetivo da Polícia Civil, segundo o delegado Rodrigo Noronha, é buscar informações se os paraguaios detidos têm passagens no país deles e, se confirmadas, quais os crimes eles cometeram.
A polícia também busca informações se eles trabalhavam em fábricas de cigarro no Paraguai. Segundo o delegado, do total de estrangeiros, quatro deles são reincidentes por crimes semelhantes em outras regiões do Brasil.
Este fato, inclusive, faz com que Rodrigo conduza com cautela a investigações sobre os indícios de que os paraguaios tenham sido vítimas de trabalho escravo.
Os estrangeiros relataram que eram impedidos de sair dos alojamentos da fábrica, e de usar o telefone. Um bloqueador de sinal de celular foi encontrado no imóvel. Eles disseram ainda que chegavam ao local com os olhos vendados para não conseguir identificar onde estavam.
"Essa questão do trabalho escravo, estamos trabalhando com uma fragilização dessa possível ocorrência. Até mesmo em razão do contexto que estamos apurando desde ontem. Vamos tentar com a Polícia paraguaia, verificar a informação de crimes praticados por eles no país. Se eles têm passagem por esse, ou outros crimes", informou Noronha.
O delegado informou que vai solicitar à Justiça a incineração do material apreendido. Também foi solicitada a apreensão do maquinário que será levado para um galpão sob responsabilidade da Polícia Civil.
Fábrica Clandestina
Pelo menos 15 estrangeiros foram encontrados no local junto com dois brasileiros. Foram apreendidos 270 mil maços de cigarros, em uma fábrica clandestina de cigarros na Comunidade Rural de Tabocas, em Abaeté.
A polícia chegou até o galpão após moradores denúnciarem a movimentação no local. O maquinário foi apreendido pela Polícia Civil.
Na fábrica, estima-se que eram produzidos, em média, 3 milhões de cigarros por dia. Na embalagem, eram usados rótulos de três marcas e os produtos seguiam para São Paulo.
Um brasileiro de 33 anos é apontado como gerente da fábrica e pode responder por falsificação, lavagem de dinheiro e trabalho escravo - caso seja confirmado -, segundo a polícia.
Estrangeiros e brasileiros foram presos nesta quinta-feira (5) em Abaeté (Foto: Polícia Militar de Abaeté/Divulgação)
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