Um vídeo compartilhado nas redes sociais registrou, no sábado (3), uma escrivã da Polícia Civil atirando para o alto em via pública para dispersar um grupo que atacava dois torcedores do Ceará Sporting Clube na Avenida Silas Munguba, no entorno da Arena Castelão, em Fortaleza. O crime ocorreu horas antes da partida entre Fortaleza e Ceará pela série A do Campeonato Brasileiro. Não houve registro do caso em delegacia e ninguém foi preso.
As imagens mostram o momento em que o grupo derruba dois rapazes que vinham em uma motocicleta vestidos com camisas do Ceará e arrasta eles pela pista. Os agressores seguiam em conjunto com pessoas uniformizadas com camisas do Fortaleza Esporte Clube.
Uma mulher, então, aparece correndo em direção ao grupo e efetua tiros para cima, dispersando os agressores. Ela grita se identificando como “policial”.
Escrivã da Polícia Civil dispara para impedir linchamento de torcerdor — Foto: Reprodução
É possível ver, nas imagens, vários homens se amontoando ao redor dos dois rapazes. Um deles apalpa a bermuda de uma das vítimas, e outro recolhe algo próximo à moto. Porém, pelo vídeo, não há como averiguar se as vítimas foram assaltadas.
Em nota, a Polícia Civil do Estado do Ceará informou que a mulher que aparece no vídeo efetuando os disparos é uma escrivã da instituição e que, no momento da ação, estava de folga, tendo desferido os tiros para o alto para dispersar o grupo que estava atacando os dois homens.
Divisão de torcidas
O pai e o adolescente agredido, que usavam o uniforme do Ceará, trafegavam pela Avenida Silas Munguba, via destinada aos torcedores do Fortaleza em direção ao Castelão. Para evitar o encontro das torcidas rivais, os torcedores do Ceará foram orientados para ir ao estádio pela Avenida Alberto Craveiro. No entanto, o pai do garoto não sabia da orientação.
Ele levava o filho para o jogo e ouviu os gritos para parar a moto vindo dos torcedores do Fortaleza. O homem contou que teve a moto derrubada e se desesperou ao ver o filho cair do veículo e ser arrastado pelos agressores. “Larguei a moto e fui tentar socorrer meu filho. Foi quando a mulher (policial) apareceu”. Pai e filho desistiram de ir ao jogo e voltaram para casa. O homem informou que o filho adolescente está muito abalado.
A Polícia Civil afirmou ainda que as vítimas da agressão saíram sem lesões graves e salientou a necessidade do registro da ocorrência por parte das vítimas para que a polícia continue com as investigações no intuito de identificar e localizar os agressores.
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