Marco Antonio Correa disse que sofreu represálias após entrevista à EPTV
Um delegado-plantonista foi agredido por um investigador dentro da Delegacia Seccional de Limeira na noite de segunda-feira (28). O investigador Marco Antonio Correa é investigado em uma sindicância da Polícia Civil após dar entrevista à EPTV no sábado (26) sobre a entrega irregular de alimento aos presos suspeitos de participarem de esquema de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e sonegação fiscal. Entre os denunciados pelo Ministério Público estão a primeira-dama de Limeira, Constância Félix, e os dois filhos, Maurício e Murilo Félix.
No fim de semana, o investigador Marco Antonio Correa disse que a entrega de alimentos no sábado nos dois locais onde estava detido o grupo era privilégio apenas para os envolvidos no caso da primeira-dama de Limeira, e que recebeu a informação de um escrivão que a ordem teria partido do delegado seccional. "Eu disse para o carcereiro que isso era revoltante, porque para as pessoas humildes a determinação é de não receber nada", afirmou o agente. No sábado, o delegado seccional José Henrique Ventura alegou que a entrega era permitida, o que no meio policial é conhecido como "jumbo", mas mudou de opinião nesta segunda-feira (28).
De acordo com o investigador, ele vem sofrendo represálias após o anúncio da abertura da sindicância. Segundo Marco Antonio Correa (foto ao lado), ele discutiu com o delegado-plantonista, identificado como Marcelo pelo investigador, porque recebeu ordens para buscar lanche em outro bairro da cidade. O investigador se negou a fazer o serviço, porque, segundo ele, isso "não é trabalho dele". Em seguida, recebeu uma ligação de que a esposa dele passou mal e que estava no hospital. Ele então pediu ao delegado-plantonista para buscar a mulher com uma viatura da polícia, porque estava de moto. O pedido foi negado, mas o seccional autorizou a ida do investigador, que retornou uma hora depois para a delegacia.
Marco Antonio Correa questionou a postura do delegado-plantonista e houve discussão. Eles entraram em luta corporal e o delegado-plantonista foi atingido no rosto com um soco. do investigador. "Quebrei mesmo. E quebro. E vou responder por isso, mas nenhum delegado me faz de 'trouxa'", disse Correa.
O delegado seccional de Limeira não foi encontrado na manhã desta terça-feira (29) para comentar o assunto e dizer se os envolvidos no caso serão punidos, mas em entrevista na noite de segunda-feira (28) José Henrique Ventura informou que a sindicância seria aberta nesta terça.