André Brant
Cachorro
A Cãoviver recebe e recolhe animais abandonados e vítimas de maus-tratos em BH

Após anos de reivindicação e um abaixo-assinado com mais de 50 mil assinaturas, os defensores dos animais finalmente foram atendidos na última quinta-feira (24) pelo Governo do Estado. A Resolução 7.499 criou a primeira Delegacia Especializada de Investigação de Crimes Contra a Fauna de Minas Gerais.

A nova unidade será subordinada ao Departamento de Investigação, Orientação e Proteção à Família (DIOPF) e funcionará no mesmo prédio da Divisão de Meio Ambiente, na rua Piratininga, 105, bairro Carlos Prates, região Noroeste de BH.

A delegacia vai colocar à disposição pessoal e recursos para investigar, na capital, qualquer tipo de crime contra animais domésticos e silvestres, desde o abandono, agressões, maus-tratos e até tráfico. Ainda não há previsão de unidades similares no interior.

O órgão será comandado pela delegada Maria José Mendes Quintino, que contará com o apoio de um escrivão e quatro investigadores.

Segundo a chefe da DIOPF, Olívia de Fátima Braga Melo, os trabalhos foram iniciados na última quinta-feira (24). “O foco inicial será investigar os maus tratos contra animais domésticos, que é uma demanda das ONG’s”, observou.

Conquista

A notícia da criação da delegacia foi comemorada por vários ativistas. A presidente da ONG Ninho dos bichos e coordenadora do Programa “Adote um amigo”, Maria Antonieta Pereira, estima em 30 mil os cães abandonados em BH expostos aos maus-tratos e doenças. “Será um local para direcionar os crimes. Com a punição, acaba criando um efeito preventivo”, disse.

O médico veterinário Leonardo Maciel Andrade ressaltou a demanda reprimida de punição dos crimes. A sua clínica recebe cerca de 100 animais silvestres por semana, apreendidos pelas polícias e Ibama. “BH está na rota de tráfico de bichos e é a capital que mais apreende animais por ano, cerca de 12 mil. Acompanharemos de perto a atuação dessa nova delegacia”, disse.