quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Pericia possibilita prisão de filha de ex-ministro morto a facadas por obstruir investigação do crime



A polícia prendeu nesta segunda-feira (16) cinco pessoas suspeitas de obstruírem as investigações das mortes do ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral José Guilherme Villela, da sua mulher e da empregada do casal. Eles foram assassinados a facadas em agosto do ano passado dentro do próprio apartamento, em Brasília. Entre os detidos está a filha do casal, Adriana Villela.

A polícia também prendeu uma ex-empregada, Guiomar Barbosa da Cunha, a vidente Rosa Maria Jaques, o marido dela, João de Oliveira, e o agente de polícia José Augusto Alves, braço direito da primeira delegada que investigou o caso.

De acordo com o TJDFT (Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios), o principal elemento que embasou o pedido de prisão foi uma prova que a polícia alega ter sido "plantada" para incriminar dois suspeitos do assassinato. Trata-se da chave do apartamento dos Villela, que teria sido encontrada com os suspeitos e os ligaria aos assassinatos.

Perícia constatou, no entanto, que a chave era a mesma recolhida pela polícia no apartamento do casal, ou seja, não poderia ter sido levada pelos criminosos após o triplo homicídio. Após a constatação, a delegada Martha Vargas foi afastada do caso.

Agora, a polícia suspeita que os presos agiam de forma coordenada para atrapalhar as investigações.

A Folha procurou a defesa de Adriana, mas o advogado Rodrigo de Alencastro não retornou. A reportagem também não localizou os advogados dos outros presos.

CRIME

Na noite do dia 31 de agosto de 2009, os corpos do ex-ministro, de sua mulher, Maria Villela, e da empregada Francisca da Silva foram encontrados em seu apartamento. Segundo a polícia, os corpos tinham sinais de facadas.

Na época, a polícia disse acreditar que o crime tenha ocorrido no final da tarde de sexta-feira anterior a localização dos corpos. A polícia encontrou junto às vítimas uma faca de 15 centímetros com marcas de sangue, que pode ter sido a arma do crime.

"Todos levaram facadas. Dois corpos estavam entre o corredor de serviço, que dá acesso à cozinha da residência. O outro, da proprietária do imóvel, estava vindo dos quartos em direção ao hall entrada do apartamento", afirmou a delegada na ocasião do crime.

Vargas ainda afirmou que as câmeras de segurança do prédio não armazenaram as imagens que poderiam identificar os responsáveis pela morte do ex-ministro. Segundo ela, as câmeras apenas registram o momento, mas não armazenam.

HISTÓRICO

Villela advogou para o ex-presidente Fernando Collor durante o processo de impeachment, em 1992.

Era formado em direito pela UFMG (Universidade Federal de de Minas Gerais) e foi ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) na década de 1980. Ele possuía um escritório de advocacia e atuava junto aos tribunais superiores.

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