1715 - Primeira tentativa de colonização através dos bandeirantes José de Campos Bicudo, Antônio Rodrigues Velho (Velho da Taipa), Gervásio de Campos Bicudo e Manoel Picão Camacho.
Gervásio recebeu a sesmaria em janeiro de 1.715. Suas terras doadas pela Coroa Portuguesa mediam a formidável extensão de 696,96 km2.Perto de nove mil hectares era o total de sua "fazendinha". Ia desde o Deus-Me-Livre até o Roncador. Margeava o São Francisco. Ocupava quase todo o território do atual município de Bom Despacho, até o Lambari.
Gervásio perdeu estas terras porque não deu conta de cumprir com as exigências portuguesas de estabelecer residência e família, levantar engenhos de açúcar, plantar cana, feijão, arroz, algodão. Criar gado. Produzir rapadura e aguardente. Isto no prazo de dois anos.
1720 - Aconteceu a Revolta de Pitangui contra os altos impostos de Portugal sobre as minas de ouro. Foi uma revolta de combates sangrentos entre os mineradores e tropas do rei. Ela foi muito mais intensa do que a que ocorreria na Inconfidência Mineira em 1.790, em Vila Rica (Ouro Preto), sob a liderança de Tiradentes.
Os chefes da revolta derrotados fugiram da Vila do Pitangui e embrenharam-se nas matas ao longo do Rio Lambari e do Rio Pará, por grande parte do atual Centro-Oeste mineiro. Cerca de 300 escravos também fugiram e muitos se estabeleceram em quilombos nas terras de Bom Despacho.
1737 - Segunda tentativa de colonização, com a criação de uma estrada real, saindo de Pitangui, passando pelo território de Bom Despacho, Dores do Indaiá, Paracatu até São João del Rey. A tentativa fracassou por causa dos ataques dos grupos de escravos contra os brancos que passavam por seu território.
1755 - O governador das Minas Gerais, Gomes Freire de Andrade, ofereceu prêmio em dinheiro e terras para combatentes dos quilombolas em nossa região.
1767 - Os combatentes já haviam chegado a Bom Despacho e travavam os últimos embates contra a resistência dos negros aqui estabelecidos. Capitães de mato com suas tropas, junto com as milícias de Pitangui debelaram os quilombos, sob o comando de João G. Paredes, capitão do mato Francisco Ferreira Fontes, alferes Luís Ribeiro da Silva, Domingos Luís de Oliveira e outros, com a presença do capelão Padre Agostinho Pereira de Melo.
O Berço de Bom Despacho - Estes combatentes dos quilombolas estabeleceram-se na colina da Cruz do Monte. Ali construíram um quartel, uma capela, estábulos e moradias, que deram origem ao povoado do Bom Despacho.
Bom Despacho do Século XIX (1801 a 1900)
Primeiro professor bom-despachense - Registrado em nossa história, em 1.810. Foi Miguel Furtado de Mendonça, natural de Mariana, que se declara morador de Bom Despacho, onde vive de ensinar meninos a ler.
População de Bom Despacho há 200 anos (1813) - Éramos 1.513 habitantes, sendo 599 brancos, 41 pretos e 492 mulatos livres. Escravos eram 416 pretos e 24 mulatos.
Os maiores empresários (rurais) de 200 anos atrás - Todos fazendeiros: Domingos Luís de Oliveira, Pedro do Couto Pereira, Manoel Tavares da Silva, João Manoel Falcão, Manoel Fernandes de Andrade, José Malachias, José Inácio de Souza, Mateus Ribeiro da Silva, Manoel Caetano Alves Ruas, Domingos da Costa Valle.
Construção da Velha Matriz - Entre 1.812 e 1.818, demoliu-se a antiga capela e levantou-se nova igreja, muito simples, sem torres, mas feita de pedras e muito sólida. Em volta, localizava-se o cemitério, cercado de estacas de pau.
Bom Despacho e a Independência do Brasil- No dia 25 de novembro de 1.822, data da coroação do Imperador D. Pedro I, a população do arraial comemorou festivamente a coroação e ao mesmo tempo a independência do Brasil. À tarde houve cerimônias religiosas. Vieram os moradores da roça, juntos com os da área urbana e as autoridades saíram às ruas, com instrumentos, foguetes, bombas e salvas de tiros. Davam vivas à religião, à Constituição, à independência e ao imperador.
Sonho de virar cidade (vila) - Em 1.830 o povo do arraial de Bom Despacho já lutava por se transformar em vila (cidade). Isto porque já tinha notável movimento no setor do comércio e da produção e possuía 2.328 habitantes, dentro do povoado.
O advento de um líder - Em 1.887, foi designado e tomou posse como vigário de Bom Despacho o italiano padre Nicolau Ângelo del Duca, uma das mais respeitadas e amadas lideranças de nossa terra. Ele ajudou a moldar moral, religiosa e politicamente a história de nosso povo. Aqui ele exerceu sua missão por 40 anos. Morreu em 1.927, saudado como um grande líder dos anais da história do município.
A Independência - Em 1.912, Bom Despacho, para orgulho de sua gente tornou-se um município independente, desmembrado de Santo Antônio do Monte. Foi criada a vila. Seu território tinha então 2.000 habitantes, mais 14 mil na zona rural. Na noite de 31 de maio de 1.912 houve iluminação geral da vila. Passeata com fogos de artifícios e música. Numerosos oradores se manifestaram em salões e praças púbicas. Na madrugada de 1º de junho, explodiu a salva de 21 tiros, despertando toda a população. Procedeu-se nesse dia à instalação da Câmara Municipal. Estava sacramentada a criação de mais um novo município de Minas Gerais: o município de Bom Despacho. Em seu discurso o vigário e vereador Padre Del Duca, com entusiasmo e civismo, assim encerrou suas palavras: "Parabéns à frutuosa Vila de Bom Despacho, que brevemente será a princesa sertaneja. Parabéns cidadãos bom-despachenses: hoje cingistes a palma do triunfo pelo lado nobre da legalidade."
Bom Despacho do Século XX (1901 a 2000)
1912 a 1920 - Criação de nossa primeira escola pública estadual, o Grupo Escolar de Bom Despacho. Construção do Fórum e da Cadeia.
1921 a 1930 - Iniciadas as construções da Santa Casa e da Igreja Matriz. Construção do atual prédio do Coronel Praxedes, da Vila Militar e do Quartel para sediar a administração da Estrada de Ferro Paracatu. Chegada do Trem de Ferro. Criação do Clube Bom Despacho e do Aero-Clube. Fundação e instalação da Cia. Força e Luz de Bom Despacho, sediada no castelinho (hoje da Cemig) acima do Forum
1931 a 1940 - Instalação do Sétimo Batalhão de Caçadores da Força Pública de Minas Gerais. Tropas do Sétimo Batalhão se envolvem nas revoluções de 1.930 e de 1.932. Criação de nossa primeira grande industria: a Fábrica de Tecidos Aliança Bondespachense.
1941 a 1950 - Participação dos jovens bom-despachenses, Geraldo Magela e José Firmino, na 1ª Guerra Mundial, em campos da Itália. Eleições democráticas municipais para prefeito e para vereadores, a primeira desde 1927. Vitória de Dr. Hugo Marques Gontijo, ao lado de Faustino Teixeira, um dos mais brilhantes prefeitos da história de Bom Despacho.
1951 a 1960 - Criação de um dos maiores sonhos de Bom Despacho: o Ginásio Estadual de Bom Despacho e construção de seu prédio pelo povo, sob a liderança do Dr. Hugo (hoje Escola Miguel Gontijo).
1961 a 1970 - Grandes conquistas educacionais: instalação do Curso de Formação de Professores Primários no Miguel Gontijo e do Colégio Tiradentes no Sétimo Batalhão. Advento da Cemig, da Cia. Telefônica Bomdespachense e da Copasa. Construção da BR-262, próxima à zona urbana do município. Grande impulso da indústria pesada com implantação de três altos fornos, para produção de ferro gusa, com geração de impostos e centenas de empregos.
1971 a 1980 - Grande salto nas obras de urbanização, com aberturas de vias públicas, alargamento da Dr. Miguel e da Dr. José Gonçalves, pavimentação de inúmeras ruas e bairros da cidade.
1981 a 1990 - Extensão da rede de esgotos, criação do Distrito da Cemig, da 28ª Delegacia Regional de Polícia e da Agência do INSS, abertura das avenidas do Rosário e Dr. Juca.
1991 a 2000 - Construção do Velório Municipal, da Rodoviária, do CAIC, do Pronto Atendimento, do Curso Supletivo e do SESC.
Bom Despacho do Século XXI (2001 a 3000)
2001 a 2010 - Consolidação do grande sonho de instalação de cursos superiores com a Unipac. Abertura das avenidas Dr. Roberto e Amazonas, que mudaram a face urbana de Bom Despacho. Revolução na saúde com a implantação dos PSFS.
2011 a 2020 - Eleição de Fernando José Castro Cabral para prefeito da cidade, esperança de uma reformulação total dos métodos administrativos do município e de modernização dos arcaicos métodos de gestão pública e política da velha vila centenária de Nossa Senhora do Bom Despacho do Picão, que hoje sopra 101 anos de vida no bolo festivo de sua existência.
Parabéns, nossa terra amada, gentil!
Fontes de consulta: "História de Bom Despacho", Laércio Rodrigues; "Origens de Bom Despacho",Orlando Ferreira de Freitas
Caro Experidiao, boa tarde. Meu avô (Nicolao Baptista Pinto) nasceu em 1902, filho de José Alves Pinto e Maria Basílio de Jesus. Ele foi criado pelo Vigario Nicolao. Estou tentando resgatar sua história nesta cidade. Pela Internet não encontrei nenhuma imagem do Vigario, pois entendo que poderia visualizar o meu avô em alguma foto da época...onde eu conseguiria tentar este resgate? Muito obrigado. Gersonbatista4@hotmail.com
ResponderExcluirTô procurando informações de meus Bisavós: Aprígio José Pinto e Rita Maria de Mendonça, nascidos por volta de 1880 em Bom Despacho. Quem souber informações de seus familiares, pais avós ou parentes por favor entre em contato comigo. Gostaria de resgatar a memória de minha família: erik.rodriguess@hotmail.com
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