Apesar da assessoria a Polícia Civil (PC) informar que o trabalho nas delegacias está normal, o Sindpol garante que apenas 30% dos agentes estão exercendo suas funções
PUBLICADO EM 11/06/13 - 14h46
A situação delicada entre o Sindicato dos Policiais Civis de Minas Gerais (Sindpol-MG) e o governo estadual não está, segundo a assessoria de imprensa da Polícia Civil (PC), prejudicando o trabalho nas delegacias do Estado. O motivo da discordância é a Lei Orgânica da Polícia Civil apresentada pelo Executivo à Assembleia legislativa de Minas Gerais (ALMG), na última semana.
De acordo com a assessoria da PC, durante essa segunda-feira (10), foram recebidos 2.127 procedimentos nas delegacias como: autos de prisão em flagrante e cumprimento de mandados de busca e apreensão. Foram emitidas 1.455 carteiras de identidade na capital, o que, conforme a assessoria, também comprova a normalidade nos serviços.
Outra questão ressaltada pela assessoria da corporação é a normalidade no setor de transportes. Entre o início da manhã de segunda-feira (10) e começo da tarde desta terça-feira (11), foram abastecidas 205 viaturas. Na sexta-feira (7), 191 carros foram abastecidos de combustível. Na manhã desta terça-feira (11), na 1ª Delegacia de Venda Nova, foram apresentados sete suspeitos de tráfico de drogas.
Durante esta semana, delegacias de mulheres de 31 municípios mineiros estão recebendo 25 veículos e 30 motocicletas, adquiridas pelo governo do Estado em parceria com o governo Federal. Nesta segunda-feira (10), também foram designados 125 escrivães formados pela última turma da Acadepol. Eles vão ocupar cargos em delegacias de todas as regiões de Minas Gerais.
Outro lado: apenas 30% dos agentes estão trabalhando
De acordo com José Maria de Paula, diretor administrativo do Sindpol, a situação é bem diferente. “No interior estamos atendendo casos de flagrante e cumprindo mandados judiciais de emergência, apenas 30% do efetivo está trabalhando”, releva. Na capital mineira, “a mesma porcentagem de agentes está trabalhando”. Paula informou que o Instituto Médico Legal (IML) e a retirada de carteiras de habilitação também estão comprometidos. “As delegacias estão sucateadas, não tem computador, nem investigador. Em alguns lugares, um delegado é responsável por cinco ou seis delegacias. Precisamos de mais 12 mil investigadores. O governo não liga para isso e quem paga é a sociedade”, ressalta.
Ainda conforme o diretor, a Lei Orgânica coloca uma mordaça na corporação. “A polícia não pode dar informações para a imprensa, se o policial der entrevista ele será punido. Na Praça Sete, estamos exibindo vídeos de delegacias para provar o sucateamento”, afirma. Ele garante, porém, que o sindicato está aberto a negociações.
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