Leilão de Gir Leiteiro em Pompéu resgata história de uma das mulheres mais poderosas e ricas da colônia brasileira
Joaquina Maria Bernarda da Silva Abreu Castelo
Branco Souto-mayor de Oliveira Campos
João Heverton Rabelo, do Gir 33,
um dos promotores do leilão
José Avilmar, do Gir do Lino,
outro promotor do Terras de Dona
Joaquina
Marco Paulo Quirino, do Gir do
Cerrado, também promotor do
leilão em Pompéu
Pompéu (MG) – Os criadores de Gir Leiteiro João Heverton Rabelo, Marco Paulo Quirino e José Avilmar realizam leilão de Gir Leiteiro e aproveitam para resgatar parte da história da região de Pompéu, no estado de Minas Gerais. O Leilão será dia 14 de julho, sábado, às 14:00 horas, em Pompeú.
Veja o catálogo do leilão aqui.
Com o sugestivo nome “Terras de Dona Joaquina”, uma alusão a uma das mais famosas personagens mineiras Joaquina Maria Bernarda da Silva Abreu Castelo Branco Souto-mayor de Oliveira Campos, mulher que, assim como Dona Beja e Xica da Silva foi uma das mulheres mais influentes do século XVIII e XIX.Ficou conhecida por alguns como Quina de Pompéu, Rainha do Oeste Mineiro, Baronesa do gado, Sinhá Braba, Grande Dama do Sertão, dentre outros títulos, conhecidos pela cultura oral. Sua fama perdura longamente, sustentada pela larga gama seus descendentes.
Escolheu o marido
Aos 11 anos Joaquina de Pompéu era prometida do comerciante Manuel de Souza e Oliveira, mas se recusou a brindar com o noivo. Aproximou-se do capitão-mor Inácio de Oliveira Campos e declarou que era ele o seu escolhido. A vontade da moça sobressai e eles se casam em 20 de Agosto de 1764. Joaquina contava com apenas 12 anos e o Capital com 30 anos.
Inicialmente, o casal residiu em Pitangui, depois construiu uma fazenda na terra adquirida por eles em Pompéu. Nessa fazenda, D. Joaquina se tornou uma fazendeira próspera e rica, com grande prestigio social, mostrando-se superior ao marido na administração da fazenda, já que Inácio, acostumado à vida nômade, não possuía atributos para comandar a fazenda.
Um fato que marcou a vida de Dona Joaquina foi a Transferência da corte portuguesa para o Brasil. Na ocasião da chegada da família real, o Rio de Janeiro encontrava-se despreparado para receber mais de 15 000 pessoas vindas de Portugal. Em 20 dias esgotaram-se todas as reservas alimentícias. O Vice-Rei do Brasil então pediu auxílio ao governador de Minas Gerais que, sem dinheiro e receoso de que os mineiros desconfiados não mandassem mercadoria a crédito, se lembrou de Dona Joaquina. A fazendeira atendeu o pedido, mandando carne, farinha, rapadura, milho e feijão. Assim D. Joaquina obteve fama. Durante anos a fazendeira sustentou a nova capital do Reino do Brasil. Qualquer pedido que ela fizesse ao Regente era atendida imediatamente.
Quando morreu deixou em seu testamento 11 fazendas, 40 mil cabeças de gado, centenas de escravos, baixelas de prata, bandejas, barras de ouro e outros tesouros. Além de uma imensa área territorial de 48.400km2 que hoje abrange as cidades de Abaeté, Dores do Indaiá, Pitangui, Pompéu, Pequi, Papagaios, Maravilhas e Martinho Campos. As áreas somadas eram maiores do que a Bélgica, Suíça, Holanda, Dinamarca e El Salvador. Sua fortuna hoje seria de aproximadamente 2 bilhões de reais.
Pertenceram a sua linhagem, numerosas famílias dominantes na vida econômica, social e política do Estado de Minas e da sua descendência direta está hoje à cerca de 40 mil pessoas.
Vários políticos importantes e outras autoridades de Minas Gerais são seus descendentes:
- Martinho Álvares da Silva Campos - deputado, presidente da província do Rio de Janeiro, presidente do coselho de ministros e ministro da fazenda
- Benedito Valadares - Governador de Minas Gerais
- Afonso Arinos de Mello Franco - Ministro, embaixador e político
- Gustavo Capanema - Ministro e Governador de Minas Gerais
- José de Magalhães Pinto - Governador de Minas Gerais
- Francisco Campos - Ministro e Jurista
- Dom Carlos Carmelo de Vasconcelos Motta - Cardeal Arcebispo de São Paulo e Aparecida
- Olegário Maciel - Engenheiro e político brasileiro
- Ovídio de Abreu - Deputado federal, presidente do departamento do Café e do Banco do Brasil
- Roberto Campos - Ministro, embaixador e senador
- Dom Geraldo de Proença Sigaud - Arcebispo de Diamantina
- Carlos Eloy Carvalho Guimarães - Deputado, secretario de estado e presidente da Cemig.
- Alfredo Campos - Advogado e senador da república
- Paulo Campos Guimarães - Deputado e secretário de estado
Johnson Valadares Xavier deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Gir Leiteiro resgata história de Joaquina de Pompé...": Caro Experidião,Como forma a contribuir para a divulgação correta de nossa história, mister se faz o seguinte esclarecimento: a foto acima postada não se refere à Dona Joaquina do Pompéu, já que esta faleceu em 07/12/1824 e a fotografia chegou ao Brasil no dia 16/01/1840, pelas mãos do abade LOUIS COMPTE, capelão de um navio-escola francês (corveta franco-belga L’Orientale) que aportou de passagem pelo Rio de Janeiro.
Caro Experidião,
ResponderExcluirComo forma a contribuir para a divulgação correta de nossa história, mister se faz o seguinte esclarecimento: a foto acima postada não se refere à Dona Joaquina do Pompéu, já que esta faleceu em 07/12/1824 e a fotografia chegou ao Brasil no dia 16/01/1840, pelas mãos do abade LOUIS COMPTE, capelão de um navio-escola francês (corveta franco-belga L’Orientale) que aportou de passagem pelo Rio de Janeiro.
Pompeu ganhou muito com a Superleite. Uma forma diferente de valorizar o produtor rural e toda região . Parabéns pela 3 edição !
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