Por causa de condições precárias de trabalho e e excesso de chamadas, peritos da Polícia Civil já levaram até quatro horas para começar a trabalhar em um acidente. É o que conta o presidente do Sindicato dos Peritos Criminais do Estado de Minas Gerais (Sindpecri), Wilton Ribeiro de Sales. Ele lembra que para atender a um acidente na Linha Verde, em Vespasiano, na Grande BH, no ano passado, chegou a descer da viatura da Polícia Civil e “pegar carona” em uma moto da Polícia Militar para passar por entre os carros e chegar logo ao local, antes que o congestionamento piorasse. “Sem o giroflex e a sirene funcionando, não havia o que fazer”, disse.
O número reduzido de dois peritos por plantão de 12 horas, conforme Sales, também prejudica o trabalho pericial. “Sempre ocorre de atendermos uma ocorrência e sermos chamados para outro acidente. Aí, como o colega de plantão também está ocupado, temos que acelerar para chegarmos ao outro local. Isso atrapalha o levantamento pericial porque se perde em detalhes de interesse criminalísticos e na precisão das informações”, disse. Outro risco de estar sozinho na ocorrência diz respeito à segurança do policial. “Vamos a todas as regiões da cidade, vilas, favelas, durante o dia ou à noite e precisamos de um colega para estar atento ao entorno, fazendo a segurança, enquanto fazemos as anotações e medições”, diz.
Em alguns casos, a situação é tão precária, segundo ele, que o próprio perito precisa assumir o papel de motorista por falta desse profissional no plantão. Sobre a qualidade dos veículos, Sales diz que apesar da urgência das ocorrências, os policiais não se arriscam em alta velocidade porque os carros não estão em boas condições. Ele afirma que o atual quadro de 560 peritos existentes em Minas deveria sofrer aumento de pelo menos 78% e chegar a 1 mil profissionais. Em BH, os atuais 247 deveriam atingir o quadro de 350, o que representa um aumento de 41%.
Explicações Quanto à demora dos peritos a Polícia Civil informou que “ocorrendo maior rapidez entre a chegada do policial militar ao local e o acionamento do Instituto de Criminalística, o perito chegará, por consequência, mais rápido ao local”. A corporação destaca que “o acionamento da perícia somente será efetuado nos casos de crime de trânsito, ou seja, acidente de trânsito com vítimas graves e fatais que resultaram em instauração de inquérito policial”. A corporação confirma que apenas dois atendem a cidade por cada turno de 12 horas.
De acordo com o subcomandante do Batalhão de Trânsito da Polícia Militar (Bptran), capitão Jeancarlos Pereira Barbosa, a corporação enfrenta diariamente o desafio de atender a um número muito grande de ocorrências. “São cerca de 200 por dia. Às vezes é preciso esperar um pouco porque a demanda é alta”. O policial afirma que a própria polícia também é refém do trânsito. “Com tantos carros nas ruas, os engarrafamentos atrasam nossa chegada nos locais de ocorrências”, disse.
Segundo ele, dos 220 policiais que trabalham diariamente no BPTran, 120 são distribuídos no período entre 12h e 20h, que concentra as ocorrências. Outros 60 trabalham no turno da manhã e 40 atuam parte da noite e madrugada. “Também estamos empenhando mais motos nas ocorrências porque com elas os policiais chegam aos locais com maior agilidade. Atualmente, o batalhão conta com 120 motocicletas e coloca 50 delas à disposição por turno de oito horas.”
O número reduzido de dois peritos por plantão de 12 horas, conforme Sales, também prejudica o trabalho pericial. “Sempre ocorre de atendermos uma ocorrência e sermos chamados para outro acidente. Aí, como o colega de plantão também está ocupado, temos que acelerar para chegarmos ao outro local. Isso atrapalha o levantamento pericial porque se perde em detalhes de interesse criminalísticos e na precisão das informações”, disse. Outro risco de estar sozinho na ocorrência diz respeito à segurança do policial. “Vamos a todas as regiões da cidade, vilas, favelas, durante o dia ou à noite e precisamos de um colega para estar atento ao entorno, fazendo a segurança, enquanto fazemos as anotações e medições”, diz.
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Demora da polícia contribui com congestionamentos na capital O acidente que a PM não viuExplicações Quanto à demora dos peritos a Polícia Civil informou que “ocorrendo maior rapidez entre a chegada do policial militar ao local e o acionamento do Instituto de Criminalística, o perito chegará, por consequência, mais rápido ao local”. A corporação destaca que “o acionamento da perícia somente será efetuado nos casos de crime de trânsito, ou seja, acidente de trânsito com vítimas graves e fatais que resultaram em instauração de inquérito policial”. A corporação confirma que apenas dois atendem a cidade por cada turno de 12 horas.
De acordo com o subcomandante do Batalhão de Trânsito da Polícia Militar (Bptran), capitão Jeancarlos Pereira Barbosa, a corporação enfrenta diariamente o desafio de atender a um número muito grande de ocorrências. “São cerca de 200 por dia. Às vezes é preciso esperar um pouco porque a demanda é alta”. O policial afirma que a própria polícia também é refém do trânsito. “Com tantos carros nas ruas, os engarrafamentos atrasam nossa chegada nos locais de ocorrências”, disse.
Segundo ele, dos 220 policiais que trabalham diariamente no BPTran, 120 são distribuídos no período entre 12h e 20h, que concentra as ocorrências. Outros 60 trabalham no turno da manhã e 40 atuam parte da noite e madrugada. “Também estamos empenhando mais motos nas ocorrências porque com elas os policiais chegam aos locais com maior agilidade. Atualmente, o batalhão conta com 120 motocicletas e coloca 50 delas à disposição por turno de oito horas.”
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