quarta-feira, 29 de junho de 2011

Crime se muda para a "Roça".



Homicídios aumentam nas cidades do interior de Minas e assustam moradores e autoridades policiais


CARLOS ROBERTO
execução
Execuções e queimas de arquivo normalmente estão ligadas às dívidas de drogas e disputas


O avanço do tráfico de drogas no interior do Estado e em cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) está provocando uma onda de violência e o aumento no número de assassinatos. Em algumas localidades, o número de mortos no primeiro semestre deste ano já supera o de todo o ano passado.

Em Muriaé, na Zona da Mata, a população está assustada com a escalada da violência. Em todo o ano de 2010 foram registrados dois homicídios. De janeiro a maio deste ano, o número de vítimas já chega a 13 – uma escalada de 550%.

Em Ubá, na mesma região, foram três pessoas mortas de janeiro a maio do ano passado. No mesmo período de 2011, já são dez, um incremento de 233%.
Outro fato que preocupa as autoridades é o envolvimento de adolescentes nos crimes. Em Governador Valadares, no Leste do Estado, por exemplo, eles integram gangues que disputam os pontos de venda de drogas.

Na Região Metropolitana de Belo Horizonte, houve crescimento no número de assassinatos em Contagem, Betim, Vespasiano, Ibirité e São Joaquim de Bicas. A Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) não informou os números, mas o crescimento foi confirmado pela Polícia Militar. Em Santa Luzia, foram 41 assassinatos de janeiro a maio deste ano, contra 34 registrados em igual período do ano passado (alta de 20,5%).

“O aumento no número de homicídios é reflexo das brigas de gangues pelos pontos do tráfico de drogas. Para reduzir o número de homicídios, estamos intensificando as operações para prender os traficantes. Já são 40 prisões de criminosos envolvidos em homicídios só neste ano”, afirma o delegado do município, Christiano Xavier.
Enquanto a criminalidade e o tráfico migram para o interior, em Belo Horizonte o número de homicídios tem se mantido. Nos cinco primeiros meses deste ano foram 321 assassinatos, contra 330 registrados em igual período do ano passado.

“A Polícia Civil em Belo Horizonte conseguiu mapear os crimes e levantar as gangues responsáveis pelos assassinatos. Com o trabalho integrado com a Polícia Militar, estes marginais fugiram para o interior ou para a Região Metropolitana com medo de serem presos”, analisa o advogado Enir Lemos, especialista na área criminal.
Enir cita como medida para frear a criminalidade o mutirão do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). Em todo o país, são 155 mil homicídios registrados até dezembro de 2007 que não tiveram a autoria apurada. Segundo o advogado, no Estado são 20 mil, sendo que 12 mil deverão ser arquivados no Estado por falta de prova e de informações dos criminosos. “Por falta de pessoal, a Justiça não consegue julgar de forma rápida os pedidos de prisões”, afirma Enir Lemos.
Com sucursais

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