quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Perícia busca mais autonomia técnica e administrativa da Polícia Civil em Minas

Nova lei orgânica prevê independência ao Instituto de Criminalística; orçamento ainda está ligado ao da Polícia Civil e, agora, representa menos de 1% do total destinado ao órgão
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PUBLICADO EM 23/01/14 - 03h00
JOANA SUAREZ
A nova Lei Orgânica da Polícia Civil, sancionada no fim de 2013, é a esperança do Instituto de Criminalística (IC) de Minas na busca de autonomia técnica e administrativa para trabalhar com independência e enviar os resultados à Justiça. Antes, segundo o diretor do IC, Marco Paiva, se a investigação policial conseguisse a confissão de um crime, mas a perícia comprovasse tecnicamente que o suspeito não era culpado, quem decidia o que iria prevalecer era o delegado. A partir de agora, os processos devem ficar cada vez mais independentes.

O primeiro passo para garantir independência será a criação, ainda neste mês, da Central de Constatação de Drogas – falta apenas a conclusão da logística. A intenção é que o material apreendido seja levado para ser periciado em um local adequado, o que agilizaria e daria mais isenção aos exames.

Hoje, quando uma quantidade de droga é apreendida, o perito é chamado à delegacia para colher a amostra e fazer os exames preliminares para constatar o tipo de entorpecente.

A delegacia, na opinião do novo diretor do instituto, Marco Paiva, não é o local adequado. De acordo com ele, além de não garantir a isenção do trabalho do perito, a droga é periciada em cima de uma mesa e nem sempre tem o básico, como a balança. “A constatação no laboratório agiliza o procedimento”, destacou Paiva.

O Código de Processo Penal diferencia perícia criminal de inquérito policial. Segundo o texto, ambos contribuem para a elucidação de um crime, mas as provas técnicas descobertas podem contrapor ou confirmar a investigação policial.

Orçamento. Para garantir a isenção dos resultados, Paiva diz que o instituto precisa da independência conquistada, em parte, com a lei. “O ideal é que a polícia científica também tenha orçamento próprio para gerir seus investimentos.” Atualmente, os recursos são repassados pela Polícia Civil. A corporação tem um orçamento de R$ 1 bilhão, dentro da pasta da Segurança Pública, que, por sua vez, tem uma provisão de R$ 5,6 bilhões.

A verba destinada para as perícias técnico-científicas, segundo o portal Transparência Minas, é de R$ 1,3 milhão – 0,13% do orçamento da polícia. A Associação de Criminalística e o Sindicato dos Peritos Criminais de Minas reivindicam 20% dos recursos. Em 17 Estados, a polícia científica tem dotação independente.

Plantão tem apenas dois peritos para BH e Nova Lima
O diretor do Instituto de Criminalística, Marco Paiva, afirma que o órgão tem condições de apurar todos os crimes. São 13 seções . Porém, fontes ouvidas pela reportagem de 
O TEMPO dizem que o maior problema é a quantidade de peritos, que não consegue atender a demanda.

Os setores que trabalham em esquema de plantão (Crimes de Trânsito, contra a Vida e contra o Patrimônio) têm apenas dois profissionais para atender a capital e Nova Lima, na região metropolitana. Já para periciar drogas no Barreiro, Venda Nova e Nova Lima há apenas um perito. A nova lei prevê um quadro de 903 funcionários. Devem ser criadas mais 216 vagas, além das 95 do último concurso, de julho passado.

Peritos foram acionados nos casos de repercussão neste início de ano na região metropolitana de Belo Horizonte – como a morte de uma menina no clube Jaraguá, e o assassinato de um casal de turistas na serra do Cipó.

Um comentário:

  1. Mais peritos já! Assinem a Petição pela Convocação dos Candidatos Aprovados Excedentes do Concurso Público Perito Criminal - 2013 PCMG: http://www.peticaopublica.com.br/pview.aspx?pi=BR68617
    Pela melhoria da qualidade e agilidade dos serviços pericias prestados. A sociedade será a maior beneficiada!

    Assista ao vídeo para entender o caso: https://www.youtube.com/watch?v=V5NYKsafDWs&feature=share

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