quinta-feira, 16 de junho de 2016

França homenageia policial e sua esposa mortos por terrorista. Se fosse no Brasila manchete seria "Policiais são acusados de matar friamente muçulmano militante do Estado Islâmico fazendo justiça com as próprias mãos"


Autor, que reivindicou crime em nome do Estado Islâmico, aparece em vídeo. 
Filho do casal, de três anos e meio, foi hospitalizado em estado de choque.

Da AFP
Foto dos policiais franceses Jean-Baptiste Salvaing e Jessica Schneider é vista durante cerimônia no Ministério do Interior nesta quarta-feira (15) em Paris (Foto: REUTERS/Kamil Zihnioglu/Pool)Foto dos policiais franceses Jean-Baptiste Salvaing e Jessica Schneider é vista durante cerimônia no Ministério do Interior nesta quarta-feira (15) em Paris (Foto: REUTERS/Kamil Zihnioglu/Pool)
A França homenageou nesta quarta-feira (15) um policial e sua companheira, assassinados por um homem que agiu em nome do grupo Estado Islâmico (EI), um ataque que semeia dúvidas sobre a eficácia da luta contra o extremismo islâmico em plena Eurocopa.
Larossi Abballa, de 25 anos, que reivindicou o crime em nome do grupo Estado Islâmico (EI), matou a facadas o policial Jean-Baptiste Salvaing, de 42 anos, em frente à sua residência. Ele, então, rendeu e degolou a companheira do policial, a agente administrativa da delegacia vizinha de Mantes-la-Jolie Jessica Schneider, de 36 anos, antes de ser morto a tiros pela polícia.
O filho pequeno do casal, de três anos e meio sobreviveu e foi hospitalizado em estado de choque.
Tal ataque, visando alvos individuais em sua própria casa, não tem precedentes na França. Os investigadores tentam agora determinar se o assassino contou com a ajuda de cúmplices.
Aplausos ressoaram com força durante um minuto no estádio de Marselha, onde era disputada a partida entre França e Albânia. Anteriormente, foi respeitado um minuto de silêncio nas 'fan zones' e em atos oficiais de governo e pelas forças de segurança.
Presidente francês François Hollande e outros políticos participam nesta quarta-feira (15), no Ministério do Interior, de cerimônia em homenagem aos agentes franceses assassinados  (Foto: REUTERS/Kamil Zihnioglu)Presidente francês François Hollande e outros políticos participam nesta quarta-feira (15), no Ministério do Interior, de cerimônia em homenagem aos agentes franceses assassinados (Foto: REUTERS/Kamil Zihnioglu)
O presidente François Hollande fez um minuto de silêncio no Ministério do Interior em memória das duas vítimas, mortas em casa por Abballa.
O momento de recolhimento e silêncio também foi observado em todas as delegacias do país e em Magnanville, cidade onde ocorreu a tragédia, a oeste de Paris.
Sete meses após os ataques de 13 de novembro em Paris, o mais mortífero jamais cometido na França (130 mortos), o duplo assassinato de segunda-feira aconteceu um dia depois da carnificina em uma boate gay em Orlando, nos Estados Unidos, onde um homem que também disse agir em nome do EI como um "lobo solitário" - ou "soldado do califado" na terminologia jihadista - matou 49 pessoas no domingo.
Vídeo
Em um vídeo filmado na casa de suas vítimas e postado no Facebook, o autor do duplo assassinato de segunda-feira fez a reivindicação do crime por meio de uma mensagem assustadora. "A Eurocopa será um cemitério", proclamou, prometendo "mais surpresas" durante a competição.

Ele menciona o filho pequeno do casal, e diz "não saber o que fazer" sobre ele.
Nesta mensagem vista pela AFP, ele também fala em "atacar policiais, jornalistas, agentes penitenciários e rappers.
Larossi Abballa, o suspeito apontado por fontes policiais e judiciais como o homem que matou dois policiais perto de Paris, aparece em vídeo (Foto:  REUTERS/Reuters Tv )Larossi Abballa, o suspeito apontado por fontes policiais e judiciais como o homem que matou dois policiais perto de Paris, aparece em vídeo (Foto: REUTERS/Reuters Tv )
O procurador de Paris, François Molins, confirmou ter sido encontrada na casa do assassino uma lista com nomes e profissões.
Agressor
Três homens de 27, 29 e 44 anos permaneciam sob custódia, dois dos quais foram condenados com Abballa em 2013 por participar de uma rede jihadista no Paquistão.
O nome do Abbala reapareceu no início de 2016 em uma investigação sobre uma rede que organizava viagens para a Síria.
Nascido no departamento de Yvelines, a oeste de Paris, ele foi condenado, então, por participar de uma célula que levava extremistas ao Paquistão.
O reitor da Grande Mesquita de Paris, Dalil Boubaker, lamentou, entretanto, que extremistas possam circular "livremente na França". "Isso não pode continuar", disse ele.

Reações
Distante da unidade expressada após os ataques de 2015, este novo atentado provocou reações imediatas da oposição de direita, que criticou o governo e pediu a criação de centros de retenção para pessoas radicalizadas, ainda que não tenham sido condenadas.
A petição foi refutada pelo primeiro-ministro socialista, Manuel Valls, que defendeu a ação das autoridades.
Ele negou qualquer "falta de discernimento" ou "negligência" dos serviços de inteligência e contra-terrorismo no acompanhamento de Abballa, já conhecido por seu passado radical islâmico e condenado em 2013 por envolvimento em uma rede extremista.
O presidente americano, Barack Obama, e François Hollande "reafirmaram seu compromisso compartilhado para destruir o EI" na terça-feira durante uma conversa telefônica, de acordo com a Casa Branca.
O chefe de Estado francês afirmou que a vigilância contra a ameaça foi "elevada ao seu nível máximo" na França, onde o medo de ataques é alimentado pela Eurocopa 2016, que acontece até 10 de julho.
A segurança foi reforçada, sobretudo, em estádios e 'fan zones'. Os investigadores franceses tentam, agora, elucidar se Larossi Abballa teve cúmplices na preparação dos assassinatos.

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