quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Polícia esclarece homicídio de jovem queimado vivo em Lagoa da Prata


Duas mulheres e um homem foram presos.
Homicídio ocorreu em novembro de 2016.

Anna Lúcia SilvaDo G1 Centro-Oeste de Minas
Polícia deu detalhes do crime em Lagoa da Prata (Foto: Polícia Civil/ Divulgação)Polícia deu detalhes do crime em Lagoa da Prata (Foto: Polícia Civil/ Divulgação)
O delegado da Polícia Civil, Leonardo Mota, concedeu entrevista coletiva à imprensa na manhã desta quinta-feira (19), quando deu detalhes da morte de um jovem de 25 anos, que foi queimado vivo em Lagoa da Prata. O crime ocorreu em novembro de 2016. Em menos de dois meses, a Polícia Civil realizou as investigações e prendeu os suspeitos.
Quatro pessoas estão envolvidas no homicídio qualificado. Um deles é um adolescente de 17 anos que ainda está em liberdade e deve ter a apreensão representada nos próximos dias. A última prisão foi de um jovem de 26 anos ocorrida no dia 12 deste mês. Ele foi preso em Lagoa da Prata.
Duas mulheres de 30 e 22 anos foram detidas pelo crime no município de São Roque de Minas, onde estavam escondidas. A prisão delas ocorreu no dia 9 deste mês.
O crime
Segundo o delegado, os quatro envolvidos contaram a mesma dinâmica do crime durante os depoimentos. “Os envolvidos trabalhavam em uma boate às margens da MG-170, em Lagoa da Prata. A mulher de 30 anos é esposa do dono do local, que viajava na ocasião do crime. Essa mesma mulher tinha um relacionamento com o porteiro da boate, que foi o último jovem preso. A vítima sabia desse relacionamento dos dois e em um momento em que todos estavam reunidos ele acabou dizendo que contaria para o marido da mulher sobre a traição”, explicou o delegado.
Quando a vítima disse que contaria sobre o caso dos dois, o porteiro de 26 anos deu uma gravata nele e ainda o arrastou até o interior da boate, onde ele foi agredido com socos e chutes.
“Quando viram que ele já estava desmaiado, os envolvidos arquitetaram a morte dele em um canavial. Colocaram a vítima dentro do carro junto com um colchão e seguiram para o canavial. No local, atearam fogo na vítima usando o colchão. A necropsia constatou que havia fuligem no pulmão e que, portanto, o jovem ainda estava vivo quando foi queimado”.
Depois do crime, os suspeitos seguiram novamente para a boate onde lavaram as marcas de sangue. Dias depois, as duas mulheres foram ouvidas, apresentaram versões falsas do caso e tiveram a prisão decretada, mas fugiram da cidade para São Roque de Minas. O outro suspeito e o adolescente continuaram na cidade.
Prisão em São Roque
A PM de São Roque de Minas disse que a prisão ocorreu quando uma delas estava em um bar na cidade e, na ocasião, comentou com outra pessoa que cometeu o crime. Neste momento, uma testemunha que ouviu o fato acionou os militares.
Ao ser abordada pela polícia ela deu informações falsas. "A mulher se identificou com o nome da irmã. Após ser liberada, uma outra denúncia alertou os militares sobre a informação falsa. Neste momento nós fizemos contato com o delegado em Lagoa da Prata mostrando a foto da suspeita e ele confirmou que era a autora do fato e ainda disse que tinha outra pessoa envolvida", contou o sargento da PM, Cláudio Márcio dos Santos.
Os militares realizaram buscas em São Roque de Minas e a suspeita foi encontrada em casa e a outra no Centro da cidade. Havia um mandado de prisão em aberto contra as duas.
“Quando recebi a foto da PM de São Roque imediatamente informei que era a suspeita do crime e aí ela foi presa junto com a outra jovem que também tinha a participação sendo apurada”, informou o delegado.
As duas suspeitas foram levadas na ocasião para Lagoa da Prata e confessaram o crime. Contudo, a jovem de 22 anos não teve participação efetiva, segundo o delegado. “Ela foi coagida a ir ao canavial onde atearam fogo na vítima, mas permaneceu no carro. Todos confirmaram essa versão. Por isso, ela não teve participação efetiva”, disse.
Os suspeitos podem responder por homicídio qualificado com emprego de fogo, fraude processual, porque limparam o local do crime no intuito de dificultar as investigações, e corrupção de menores.

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