Por determinação do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), todos os estados do país terão que concluir os inquéritos até o fim de julho. Para fiscalizar o trabalho da Polícia Civil, a partir de segunda-feira começa a funcionar o “Inqueritômetro”. Essa ferramenta vai permitir que os delegados responsáveis pelos casos informem quais foram concluídos.
Delegados da Divisão de Crimes Contra a Vida, em Belo Horizonte, não quiseram comentar os números de crimes sem solução em Minas Gerais.
Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa, na Lagoinha: autoria é identificada em apenas 60% dos casos (Foto: Luiz Costa)
Entretanto, Hoje em Dia conversou com um investigador da unidade, que pediu para não ser identificado. Segundo ele, os assassinatos sem solução no Estado podem chegar a 8 mil. O motivo é que algumas delegacias da Região Metropolitana e do interior ainda não concluíram o balanço de inquéritos em aberto.
Na capital, um dos casos em que a Polícia Civil não conseguiu apurar a autoria é o da bancária Daniela Cardoso, desaparecida desde 31 de julho de 2001. Ela foi vista pela última vez em um estacionamento na Avenida Augusto de Lima, esquina com Rua Espírito Santo, no Centro.
As imagens do circuito interno de segurança do local mostraram que ela deixou a garagem de carro, na companhia de um homem. A Polícia Civil acredita que ela foi assassinada, mas não conseguiu apontar os criminosos e nem onde o corpo foi enterrado.
“A maioria dos homicídios sem solução em Minas Gerais é relacionada ao tráfico de drogas, o que dificulta a conclusão do inquérito. Há casos que os assassinos jogam o corpo em locais de desova”, afirma o promotor Joaquim Miranda, coordenador da área criminal do Ministério Público Estadual.
O promotor também cogita que em Minas Gerais o número de inquéritos sem solução seja superior a 5.419. Ele lembra que pessoas que estão na lista de desaparecidos podem ter sido assassinadas. Mas como o corpo não foi localizado, o caso não é considerado homicídio. “Vamos fiscalizar e ao mesmo tempo dar suporte à Polícia Civil de Minas para cumprir a meta do Conselho Nacional do Ministério Público”, afirma.
Os crimes ocorridos em 1991 prescrevem no final deste ano. A diarista Ana Margarida Aguiar, 59 anos, diz que já perdeu a esperança de ver o assassino do filho na prisão. José Carlos de Aguiar foi morto com dois tiros em 2 de janeiro de 1991 no Bairro PTB, em Betim, na Região Metropolitana, por causa de uma dívida de drogas.
A meta de apuração dos assassinatos até o final deste ano foi estabelecida pela Estratégia Nacional de Justiça e Segurança Pública (Enasp,) que tem a participação dos tribunais de Justiça, Conselho Nacional de Justiça e Ministério da Justiça.
O sucateamento das polícias civil do Brasil,tem falta de tudo:de recursos humanos,de melhores salários,de equipamentos mais modernos,de viaturas descaracterizadas para investigar delinquentes,filmadoras deixadas em pontos estratégicos monitoradas nas Depol,enfim é uma polícia esquecidas do poder judiciário do ministério público e dos governantes,que só sabem cobrar,exigir,ignorando que as polícias civil do Brasil não tem estrutura igual das Polícias militares.
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