segunda-feira, 30 de maio de 2011

Policia Civil mineira está de pires na mão.

Nós, servidores da Polícia Civil do Estado de Minas Gerais, explicitamos nesta carta nossa preocupação com o descaso do governo estadual em relação à categoria e a sociedade. Nos últimos anos, o órgão executivo mineiro tem tratado estes profissionais com desrespeito e negligência, sem considerar a ineficácia da segurança pública para a população.

No âmbito da Polícia Civil de Minas, cerca de 9120 cumprem a demanda de 853 cidades, que correspondem a 15,5% do total de municípios do país. Isto significa que diversos profissionais da PCMG precisam trabalhar mais de 40h semanais para atender as diversas necessidades da população. Com efetivo defasado há anos, vários policiais são obrigados, no final de sua jornada de trabalho, a permanecerem no exercício de suas funções com objetivo de realizar suas atividades. Isso porque, há um prazo estipulado por lei para a conclusão das investigações por eles desenvolvidas.

Por outro lado, o surgimento de novas vagas não sanará, totalmente, o problema. Outras medidas também se fazem necessárias:melhor aparelhamento das políciasqualificação dos policiais civismais viaturascoletes à prova de balashospital equipado e assistência às suas famílias.  Diversos profissionais trabalham sem condições mínimas de trabalho, não possuem adicional de insalubridade, horas-extras, adicional de periculosidade e nem recebem circunscrição ampliada. Imaginem cumprir suas tarefas dividindo computadores e outros materiais? Esta é uma realidade de muitas cidades do interior do Estado. Vejam, também, como é trabalhar em vários lugares, sob constante perigo, sem receber um adicional pelo serviço desempenhado. Os funcionários dos Correios e Oficiais de Justiça, por exemplo, já recebem o adicional de periculosidade.  E os policiais?  Correm menos riscos do que estes servidores?

Prezados cidadãos, a vida, nosso bem maior, é o foco de nossa atividade e não tem reconhecimento por parte do GOVERNOSomos a polícia que investiga para reunir elementos necessários à punibilidadeque em concreto constitui ação preventiva ao cometimento de novos crimes. Buscamos proteger pessoas, mas, para tanto, necessitamos de proteção às nossas vidasTemos esposas, maridos, filhos, mães, pais e irmãos. Quando lutamos por melhores salários é para garantir às nossas famílias condições de uma vida mais digna e mais segura. Equivocadamente, veicula-se o esteriótipo de que o Servidor Público tem emprego garantido. Mas, contrariamente, a essa imagem que se pretende criar, a realidade é bem diferente: o SERVIDOR PÚBLICO quando exonerado não tem DIREITO ao seguro desemprego, FGTS e demais benefícios fornecidos aos trabalhadores da rede privada.  Somos dispensados sem direitos e garantias.

Os profissionais da Segurança Pública, por exemplo, lidam diariamente com documentos sigilosos, provas materiais de crimes (armas, drogas, explosivos, munição etc.) e, principalmente, com prazo. Muitas vezes, por falta de condições de trabalho, respondem administrativamente, com risco de perder a função, por qualquer desatenção ou erro nas execuções das investigações. Vários servidores tiveram que afastar de suas funções por problemas de saúde como depressão, em decorrência da grande carga de trabalho.


 Minas Gerais é um dos Estados com o maior PIB do Brasil e não justifica que, mesmo com umas das maiores arrecadações, pague menores salários aos profissionais da Polícia Civil (o Estado tem o terceiro pior salário da categoria no Brasil). Diante disso, solicitamos que solidarizem-se com a nossa luta: encaminhem mensagens de apoio ao endereçoapoiolutadapcmg@gmail.com, além de repassar esta carta aos e-mails de amigos e familiares. As mensagens serão encaminhadas aos órgãos competentes para que juntos possamos resgatar o sentimento de uma segurança pública efetiva, que nos proporcione a paz necessária para realização de nossos projetos de vida.

 Apoio da Associação dos Delegados de Polícia Civil do Estado de Minas Gerais
(ADEPOLC/MG)



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