Quando especialistas em
segurança pública afirmam que a cena do crime fala, muito se deve ao
trabalho realizado pelos peritos criminais no local do delito, quando
eles recolhem vestígios que após analisados podem se transformar em
provas técnicas. Para melhorar a atuação desses profissionais em locais
de crime, trinta e sete peritos do Instituto de Criminalística de
Alagoas iniciam na tarde de hoje, 22, um curso de atualização
profissional em coleta de materiais biológicos na cena de crime.
Segundo o Diretor do IC, José
Veras, que também participará do treinamento a ação é parte integrante
do contrato assinado em outubro deste ano entre a Perícia Oficial e a
Fundação Universitária de Desenvolvimento de Extensão e Pesquisa
(Fundepes). Ele esclareceu que os peritos irão passar por um processo de
qualificação na padronização de procedimentos de coleta,
acondicionamento e encaminhamento de amostras biológicas para exames de
DNA.
“Iremos aprimorar e conhecer
novas técnicas de coleta de vestígios que envolvem as substâncias
orgânicas para exame de DNA. Também iremos estudar as mais variadas
formas que esse tipo de material se apresenta e como será realizada a
sua extração do local do crime sem perda de qualidade para o exame no
laboratório”, afirmou Veras.
Banco de dados de pessoas desaparecidas
Para a perita criminal Rosana
Coutinho Freire Silva, gestora do contrato que permitiu o treinamento,
além da importância em requalificar os peritos criminais, o novo acordo
entre o IC e a Fundepes prevê a alimentação do banco de dados do
laboratório da Ufal. O convênio antigo permitia apenas que o laboratório
fizesse casos fechados, quando existia material questionado como partes
de corpos, ou ossadas, e o material referência de familiares de uma
pessoa desaparecida ou de um suspeito de estupro.
“Agora ficou definido que
mesmo não havendo material referência de um suspeito para o confronto
durante exame de DNA, será traçado o perfil genético do material
questionado encontrado pelos peritos que ficará no banco de dados do
laboratório para futuros confrontos”, disse a bióloga.
Rosana ainda explicou que
essa metodologia é muito mais eficaz porque ao invés de se confrontar o
material questionado com um único material referência, ele será
confrontado com todos os perfis arquivados no banco de DNA. Com a
aplicação dessa técnica haverá uma probabilidade maior de comprovar, por
exemplo, a identificação de uma ossada encontrada com identidade não
informada.
As aulas serão realizadas no
Laboratório de DNA Forense da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e o
treinamento será conduzido pelo Dr. Luiz Antônio Ferreira da Silva
chefe da unidade. Para atender a todos os peritos e não atrapalhar as
atividades do órgão, o treinamento foi dividido em duas partes, uma hoje
e outra na próxima quinta-feira, dia 27. Sete peritos da Força Nacional
também participaram do curso.
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