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Estudante afirma que sequer estava no protesto de segunda (7), no Centro.
Anne Melo foi levada à 12ª DP, acusada de desacato e espera audiência.
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A estudante Anne Melo estava em casa, no Bairro de Fátima, no Centro do Rio, quando o Batalhão de Choque subiu a Avenida Nossa Senhora de Fátima à procura de vândalos que teriam saído de um protesto a cerca de 2 quilômetros dali, na Cinelândia, na noite de segunda-feira (7). Moradores ouviram barulhos de bomba e, indignados com a brutalidade policial, foram às ruas para ver o que estava acontecendo. Entre eles, Anne. No vai e vem de policiais em motocicletas, a jovem de 20 anos diz que recebeu uma cantada. "Gostosa", teria gritado um dos agentes, na garupa. A detenção foi filmada e postada na web (veja no YouTube).
"Fiquei extremamente revoltada, xinguei bastante", admite ela. A revolta da jovem, segundo ela, inflamou os moradores a gritarem ainda mais contra os policiais. "Fiquei até rouca. Eles [PMs] foram extremamente oprimidos. Uns [moradores] chamavam de 'ratos,' de imundos", concluiu. Neste momento, o tenente identificado por ela como Ávila deu voz de prisão por desacato a autoridade. O G1 entrou em contato com a assessoria da Polícia Militar que até 16h40 não retornou.
O advogado da OAB André Barros, responsável pela defesa preliminar, descaracterizou o motivo da detenção. Para ele, a polícia prende muitos manifestantes por desacato e, em muitos casos, provocam a prisão. "Não há desacato porque quando você é ofendido e responde a uma ofensa isso é descaracterizado. Ela não teve a intenção de ferir a honra de ninguém, ela que foi vítima disso [ter a honra ferida]", ponderou.
Veja a confusão no video abaixo:
Ofendida, Anne tentou prestar queixa. "Pedi para reconhecer o policial, mas não me deram este direito. Na hora, teve uma menina que gritou 'vou com ela [à delegacia], ela não pode ir sozinha'. Mas fecharam a porta da viatura e não deixaram ela me acompanhar. Fui com quatro policiais (homens) na viatura. Eles pediram para eu não falar nada, não falaram nada também e foram sem máscaras até a delegacia", relatou.
Embora não saiba o nome do policial acusado, ela ainda tem esperança de fazer o reconhecimento. "Tenho uma audiência marcada", disse ela.
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