Uma operação policial destinada a prender supostos sequestradores terminou em confusão entre policiais civis e militares no fim da tarde desta quarta-feira (2) na rua Japurá, no bairro Amazonas, em Contagem, na Grande Belo Horizonte. Um policial militar chegou a ser conduzido algemado por policiais civis, acusado de desacato.
Moradores relataram que dois carros, sendo um Astra e um Palio Weekend, pararam em frente a uma oficina mecânica e homens armados invadiram o estabelecimento. Eles eram policiais civis e os carros estavam descaracterizados, já que estavam envolvidos em uma operação policial. Em seguida chegou uma viatura da Polícia Militar e o tenente responsável deu voz de prisão para os agentes da Polícia Civil que estavam dando escolta.
A partir de então um delegado e o tenente começaram a trocar ofensas e empurrões, dando início a uma confusão generalizada. Os policiais das duas corporações pediram reforço e, segundo os moradores, ônibus da PM e até helicóptero foram enviados para o local. Os policiais apontaram armas uns para os outros e pelo menos um teria sofrido sangramento no nariz após ser agredido com socos.
Os moradores afirmaram ainda que chegaram a ser ameaçados de prisão, pois criticaram a postura dos policiais, questionando a eles que deveriam estar ocupados em combater o crime e não brigando entre si. Há relatos de que havia mais de 150 homens das duas polícias envolvidos na briga.
A operação seria destinada a prender os três suspeitos de participação no sequestro de um gerente bancário, rendido em casa na noite de terça-feira no bairro Castelo, região Noroeste de Belo Horizonte, e libertado pela manhã em Contagem, nas proximidades do banco onde trabalha e foi obrigado a sacar R$ 250 mil. Nenhuma das duas corporações confirmou a finalidade da operação.
A assessoria da Polícia Militar não se pronunciou sobre a ocorrência, orientando a reportagem a procurar a assessoria da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds). A reportagem de O TEMPO Online tentou contato com a assessoria da Polícia Civil, mas ninguém atendeu as ligações.
Já a Seds confirmou que houve a confusão entre as duas corporações, no entanto desconhece os motivos da briga. O órgão afirmou que as duas corregedorias, da Polícia Militar e da Polícia Civil, aturarão em conjunto para esclarecer o fato. Será instaurado um procedimento de apuração por meio de uma portaria conjunta entre as duas polícias. De acordo com o que for apurado, serão tomadas providências cabíveis.
Denúncias do Sindpol
A reportagem de O TEMPO Online entrou em contato com o 39º Batalhão da Polícia Militar, onde estão lotados os militares que deram início ao conflito, para conversar com o tenente-coronel Rinaldo, comandante da unidade, para obter explicações sobre as denúncias feitas pelo Sindicato dos Policiais Civis. No entanto, o batalhão informou que somente a assessoria de imprensa da PM está autorizada a falar sobre o caso.
Insistentemente a reportagem, então, telefonou para o capitão Gedir Rocha, assessor de imprensa da PM, e para o tenente-coronel Ricardo Calixto, chefe da Assessoria de Comunicação Organizacional da PM, mas nenhum dos dois atendeu as ligações.
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