sábado, 24 de março de 2012

Trocas na cúpula da segurança chegam à chefia da Polícia Civil


FOTO: POLÍCIA CIVIL/DIVULGAÇÃO
Quatro dias depois da posse de Rômulo Ferraz como secretário de Estado de Defesa
 Social, o governo do Estado deu mais um passo na mudança do comando em postos
 importantes da segurança pública em Minas. O atual corregedor geral da Polícia Civil,
 Cylton Brandão da Matta, foi anunciado ontem como o novo chefe da corporação,
 no lugar do delegado Jairo Lellis Filho, que declarou ter colocado o cargo à disposição 
do governo depois de 14 meses no comando.



Ao se despedir, Lellis negou que sua saída seja consequência da crise na área, 
agravada com o péssimo desempenho da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds)
 no combate à criminalidade no Estado. Estatísticas de 2011, divulgadas em fevereiro, 
mostraram uma elevação de 22% nos índices de homicídios da capital.

Jairo Lellis encerra uma carreira de 37 anos na corporação. Ele reconheceu que a Polícia 
Civil enfrenta problemas, admitiu que a integração com a Polícia Militar tem "arranhões" e 
disse que "o crime é crescente não só aqui, mas em todo lugar".

A justificativa dada pelo delegado para a aposentadoria, anunciada junto com a saída 
do cargo, é a dedicação à iniciativa privada, onde Lellis deverá trabalhar com os filhos na administração de uma empresa dos ramos de transportes, serviços gerais e segurança.

Nos bastidores, porém, os comentários são outros. Policiais civis afirmam que Lellis deixa 
o cargo sob críticas de uma ala da corporação que considera a gestão do delegado fracassada
 por não ter convencido o governo do Estado a atender a uma das principais reivindicações 
da categoria, que é o aumento do orçamento da corporação, além de sanar o déficit de 
cerca de 9.000 servidores. A troca de comando na Polícia Civil, garante uma fonte da
 corporação, era esperada desde janeiro, quando começou a dança das cadeiras na Seds.

Crise. Para o vice-presidente do Sindicato dos Servidores da Polícia Civil (Sindpol-MG), 
Antônio Marcos Pereira, Jairo Lellis deixou o cargo por se sentir "desprestigiado".
 "Ele deve estar se sentindo frustrado porque a Polícia Civil é sempre deixada de
 lado e está sucateada".

A disparidade entre os investimentos nas duas polícias é apontada como um dos 
motivos da crise que culminou com o pedido de demissão. Em fevereiro, reportagem 
de O TEMPO mostrou que, entre 2007 e 2011, o orçamento da PM cresceu 76%, 
enquanto o da Civil aumentou na metade do ritmo (35,5%).

Na avaliação do especialista em segurança pública Robson Sávio, a saída de Lellis
 pode ser resultado da chegada ao comando da Seds de Rômulo Ferraz, procurador
 licenciado e ex-presidente da Associação Mineira do Ministério Público Estadual (MPE).

Nos últimos anos, acirrou-se a rixa entre o MPE e a Polícia Civil, que divergem sobre o
 papel de cada instituição na investigação de crimes e interferem uma na área de 
atuação da outra. "Essa disputa institucional pode ter sido o estopim", sugeriu Robson Sávio.

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