Extinção do Funpemg é aprovada em 1º turno
O
Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) teve, ao
longo de toda a noite desta quarta-feira (27/11/13), mais uma sessão
marcada pelo embate entre os deputados da oposição e da situação sobre o
Projeto de Lei Complementar (PLC) 54/ 2013, que propõe a extinção do Fundo de Previdência do Estado de Minas Gerais (Funpemg). O assunto foi tema de discussões durante todo o dia
na Casa Legislativa e aprovado em 1º turno em reunião que se estendeu
até 1h50 da madrugada de quinta-feira (28). A proposta recebeu 45 votos
favoráveis e 12 contrários. A sessão foi acompanhada até o fim por
servidores públicos e líderes sindicais, que demonstraram sua
insatisfação com a votação.
O projeto foi aprovado na forma do Substitutivo nº 2, apresentado pela
Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária (FFO), e determina a
extinção do Funpemg, criado em 2002 e destinado aos servidores que
ingressaram na carreira pública estadual depois dessa data. A lei de
criação do fundo previa que sua extinção deveria ser precedida de
plebiscito entre os contribuintes, mas o artigo que exigia esse
procedimento foi revogado em 30 de outubro deste ano.A revogação se deu
pela aprovação do Projeto de Lei Complementar (PLC) 37/ 2013,
que originalmente tratava da inclusão dos defensores públicos no
Conselho de Administração e Fiscalização do Funpemg, mas acabou, por
meio de emenda apresentada apresentada em 2º turno pelo deputado Zé
Maria (PSDB), eliminando também a necessidade de plebiscito.
O Funpemg é hoje superavitário e conta com mais de R$ 3 bilhões em
caixa. Com a futura lei, seus recursos passarão a integrar o Fundo
Financeiro de Previdência (Funfip), que abrange os servidores que
iniciaram sua carreira antes de 2002. O PLC 54/ 2013 agora será
apreciado, em 2º turno, pela Comissão de Fiscalização Financeira e
Orçamentária e depois voltará ao Plenário.
Os
parlamentares do Bloco Minas Sem Censura, da oposição, marcaram seu
posicionamento contrário à aprovação durante toda a reunião e
apresentaram informações sobre a posição, também contrária, do
Ministério da Previdência Social, visitado por comitiva do bloco nesta
tarde. Logo no início da reunião, o deputado Vanderlei Miranda (PMDB)
pediu a palavra para ler uma mensagem enviada de Brasília pelo líder do
grupo, Sávio Souza Cruz (PMDB). O texto dizia “o ministro (Carlos Eduardo Gabas, ministro em exercício da Previdência Social) vai comunicar ao governador que, caso insista em extinguir a Funpemg, perderá o CRP (Certificado de Regularização Previdenciária) e,
por isso, ficará impedido de receber transferências voluntárias da
União ou financiamentos federais”. O deputado Sávio Souza Cruz, na
companhia do deputado Ulysses Gomes (PT), foi para a Capital Federal
para questionar a regularidade do processo de discussão e votação do PLC
54/ 2013 que vem sido conduzido na ALMG.
No decorrer da reunião, o deputado Sávio Souza Cruz chegou de Brasília e
relatou o encontro com o ministro. Segundo ele, Gabas afirmou que
técnicos do governo de Minas Gerais já estiveram, por pelo menos quatro
vezes, no ministério buscando informações sobre como essa mudança
previdenciária poderia ser feita e foram informados sobre sua
impossibilidade. “Foi exaustivamente explicado ao governo de Minas
Gerais porque não é possível e foi, inclusive, dado o exemplo de
Alagoas, que insistiu em fazer mudança semelhante à pretendida pelo
governo mineiro, teve o CRP cancelado e acabou impedido de conseguir um
empréstimo no Banco Mundial”, disse. Cruz explicou que, desde 1998, o
Ministério da Previdência Social tem a atribuição de aquiescer ou não
alteraçãos nos regimes próprios dos entes federativos e, de acordo com
portarias publicadas em 2008 e 2013, vedam textualmente o que o governo
de Minas Gerais pretende fazer com a extinção da Funpemg.
Os
parlamentares da oposição insistiram que as consequências da extinção
do Fundo serão negativas para Minas Gerais. “Essa informação de que o
ministério da previdência está apontando irregularidades da votação é
muito grave. isso pode significar o corte de verbas federais para
programas importantes, como o Minha Casa, Minha Vida”, disse o deputado
André Quintão (PT). O parlamentar relembrou a recente votação do Projeto de Lei 276/ 2011,
que alterava o código florestal do Estado. “Apresentamos emendas, mas a
base do governo as rejeitou. Quando chegou para o governador, ele
vetou. Corre o risco de votarmos pela extinção do Funpemg e o governador
voltar atrás. Teremos mais uma lei aprovada na ALMG sem validade”,
disse.
O ofício que o Ministério Público enviou ao Ministério da Previdência e Assistência Social essa
manhã para pedir esclarecimentos sobre a legalidade do PLC 54/ 2013 foi
lembrado pelo deputado Rogério Correia (PT). “O ofício foi assinado por
todos os promotores do patrimônio público, isso não pode ser ignorado, o
governo está agindo à revelia da lei”, afirmou. O parlamentar afirmou
que o patrimônio do Funpemg, hoje de mais de R$ 3 bilhões, será
utilizado pelo governo para “tapar buracos de má gestão” e que o déficit
público já começa a gerar outras consequências negativas, como a
demissão de 140 trabalhadores efetivos da Companhia Energética de Minas
Gerais (Cemig). “O governador Anastasia sabe que o que ele está tentando
fazer é crime, mas o rombo deixado por Aécio Neves é tão grande, o
desespero é tão grande, que ele prefere correr o risco de responder por
crime de improbidade administrativa e enfrentar o governo federal”,
disse.
Oposição utiliza estratégias para protelar votação
Durante a reunião, os parlamentares da oposição se utilizaram de várias
estratégias para tentar protelar a votação. Eles conseguiram aprovar
requerimento que alterava o processo de votação e colocava o
Substitutivo nº 1 ao PLC 54, de autoria do deputado Sávio Souza Cruz,
para ser votado antes do projeto original. O substitutivo dizia que a
extinção do Funpemg precisaria ser precedida por plebiscito com os
servidores, conforme previsto na lei de criação do fundo. O dispostivo,
entretanto, foi rejeitado.
A oposição também apresentou requerimento para que o projeto fosse
desmembrado durante a votação, o que significaria que cada artigo seria
votado separadamente. Esse requerimento também foi rejeitado pelo
Plenário. Eles conseguiram que alguns dispositivos, entre artigos e
emendas, fossem destacados do projeto e votados separadamente. A
estratégia, porém, não alterou o resultado da votação.
O projeto, agora, retorna à Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária para análise de 2º turno.
Fonte: ALMG
Nenhum comentário:
Postar um comentário
O espaço de comentários do blog são moderados. Não serão aceitas as seguintes mensagens:
Que violem qualquer norma vigente no Brasil, seja municipal, estadual ou federal;
Com conteúdo calunioso, difamatório, injurioso, racista, de incitação à violência ou a qualquer ilegalidade, ou que desrespeite a privacidade alheia;
Com conteúdo que possa ser interpretado como de caráter preconceituoso ou discriminatório a pessoa ou grupo de pessoas; acusações sem provas, citando nomes de pessoas, se deseja fazer algum tipo de denúncia envie por e-mail que vamos averiguar a veracidade das denúncias, sendo esta verdadeira e de interesse coletivo será divulgada, resguardando a fonte.
Com linguagem grosseira, obscena e/ou pornográfica;
De cunho comercial e/ou pertencentes a correntes ou pirâmides de qualquer espécie; Que caracterizem prática de spam;
Fora do contexto do blog.
O Blog do Experidião:
Não se responsabiliza pelos comentários dos freqüentadores do blog;
Se reserva o direito de, a qualquer tempo e a seu exclusivo critério, retirar qualquer mensagem que possa ser interpretada contrária a estas regras ou às normas legais em vigor;
Não se responsabiliza por qualquer dano supostamente decorrente do uso deste serviço perante usuários ou quaisquer terceiros;
Se reserva o direito de modificar as regras acima a qualquer momento, a seu exclusivo critério.