Na
tarde desta terça-feira (12), o presidente Denílson Martins, o vice
Toninho Pipoco e o diretor administrativo, José Maria Cachimbinho foram
recebidos novamente pelo Secretário de Defesa Social Dr. Rômulo Ferraz,
conforme prévio ajuste, para receberem a informação sobre o andamento do
PLC 23/2012, atendendo a solicitação do secretário de que em 10 dias
concluiria a sua parte na finalização do texto para o envio a Secretaria
da Casa Civil para ajustes finais antes de remeter à ALMG.
Em
diálogo com os sindicalistas o Secretário informou que, conforme o
acordado, o que lhe competia foi feito e nos próximos dias a Drª Maria
Coelli e sua equipe cuidará dos detalhes finais, provendo ao projeto a
necessária técnica legislativa, seguindo a praxe de todos os projetos
que saem da lavra do Poder Executivo Estadual. Se justificando do por
quê de não entregar, ainda, uma cópia do projeto com as alterações
feitas agora pela Seds, o secretário disse que não poderia fornecer a
cópia antes da redação final da Casa Civil e envio a ALMG, atendendo a
um pedido direto e expresso do governador Anastasia, exatamente para não
causar divergências entre o texto formatado pela Secretaria de Defesa
Social e Conselho Superior de Polícia com o texto final e suas
respectivas correções e alterações feitas pela Casa Civil. O Secretário
pediu mais um pouco de paciência aos dirigentes e disse que tudo está
ocorrendo de forma mais célere no intuito de atender o maior número
possível das reivindicações exigidas pelo sindicato.
O
presidente Denílson Martins alertou o Secretário quanto a tensão na
Polícia Civil, que é grande em razão da expectativa dos benefícios
contidos no projeto que, ao contrário do alardeado por algumas
entidades, não há nada tranquilo e o risco de se deflagrar nova greve é
real e que, há a necessidade premente de pelo menos atender-se os cinco
pontos essenciais (promoção a cada 5 anos, cargo de inspetor, questão
dos administrativos, fixação de referencia de 1/3 do salário do delegado
geral grau B em relação a investigadores e escrivães, concurso para
investigador com ampliação do quadro de efetivo); premissas estas
negociadas na greve de 2011, amplamente debatidas e discutidas com o
então Chefe da Polícia, Dr. Jairo Lellis, bem como com o atual chefe Dr.
Cylton e seus pares do Conselho Superior de Polícia, de quem inclusive
já teve a expressa aquiescência pela aprovação destas matérias pois,
trata-se de reivindicações justas e dignas que transformarão a estrutura
da Polícia Civil que, a partir de então, poderá oferecer e dispensar
melhores resultados para a sociedade e cidadão. O vice presidente
Toninho Pipoco também alertou que a impaciência e ansiedade por parte da
categoria é muito grande e que, qualquer frustração ou maior demora
poderá refletir sim em baixa autoestima, desmotivação e revolta, sendo
que um novo movimento paredista não esta descartado e a direção do
SINDPOL/MG não pode se furtar ou se omitir em dar voz a seus
representados, materializando em ações a manifesta vontade de sua base;
disse ainda que foi um erro do governo aprovar na frente do projeto da
Polícia Civil um projeto que só beneficia a PM’s, disse ainda, de forma
bem clara que os problemas de divisão na polícia são históricos e não
irão mudar da noite para o dia; disse que o Dr. Edson, vice presidente
do Sindicato dos Delegados e assessor do Secretário, não fala pelo
SINDPOL/MG, tampouco representa os anseios da base da Polícia Civil e
será um grande engano do Secretário e do Governo dar ouvidos a apenas
aos conselhos desse senhor, o qual respeitamos e consideramos, mas o
mesmo não fala em nome de toda a Polícia Civil. O vice presidente
destacou que na greve quem reivindicou os benefícios que hora
apresentamos, foi o SINDPOL/MG que, em assembleia geral da categoria
teve confirmada por milhares de policiais de todas as classes e também
servidores administrativos, a legitimidade para transigir, reivindicar e
negociar com o governo o que hora estamos fazendo.
O
Secretário questionou aos dirigentes acerca de um possível
distanciamento da direção sindical com o atual chefe de polícia,
alertando que isso pode ser prejudicial para o sucesso das negociações
entre governo e categoria, ato contínuo em que o presidente Denílson
respondeu não haver esse distanciamento, explicou que o que ocorre é que
todas as articulações que deveriam ser feitas no tocante a LOPC com o
Chefe da PCMG, estas se realizaram, tendo inclusive aquiescência e
concordância em muitos pontos, principalmente os cinco supra citados; as
manifestações publicas hora realizadas pelo SINDPOL/MG não dizem
respeito a Chefia de Polícia, pois quem suspendeu a tramitação do
projeto na ALMG foi o governo do estado através do Secretário de Defesa
Social, e os atrasos nesta tramitação não são de responsabilidade direta
do Chefe, por mais que ele esteja envolvido no processo e, se
percebermos que o mesmo tem responsabilidade direta nisso e corrermos o
risco de descumprimento do que fora pactuado, aí sim não só
distanciamento poderá ocorrer, mas um conflito de interesses entre a
gestão superior da polícia e o sindicato, como entidade de classe. Certo
é que o único entrave percebido pela direção do SINDPOL para aprovação
do projeto é a interferência negativa de setores do comando da PM que
ainda interferem em temas da Polícia Civil (conforme já provado
documentalmente), outro ponto, também negativo, é o preciosismo e
individualismo da direção de entidades que representam exclusivamente os
delegados e os peritos (Adepol, Sindepo; ASCEMG e Sindpecri), que
peticionam individualmente e tentam vetar avanços de outras classes.
Mas, quanto a isso os dirigentes do SINDPOL/MG esclareceram ao
secretário que o sindicato tem filiados de todas as classes policiais da
Polícia Civil; o sindicato mais antigo e mais amplo e, em seus quase
5.000 filiados, representa sim, com legitimidade a maior parte da
Polícia Civil com destaque a representação efetiva da totalidade dos
investigadores de polícia de Minas, sendo sim, referencia para o governo
no tocante as negociações pela aprovação da LOPC. O presidente
finalizou dizendo que o fato de negociar com entidade de classe de
peritos e delegados não quer dizer que negociou e atendeu a toda a
Polícia Civil, tampouco pode garantir ao governo a satisfação geral e a
não realização de nova greve. O Secretário esclareceu que tem ouvido a
todos e, certamente, o governo nesta Lei Orgânica tem se balizado por
atender a toda a Polícia Civil e não somente a entidades que
representam este ou aquele cargo, a meta do governo é atender a
segurança pública, a polícia Civil e a toda sociedade. O secretário
solicitou ainda dos dirigentes o agendamento de uma reunião específica
com ele, o Chefe de Polícia e os dirigentes do SINDPOL/MG para discussão
de assuntos estratégicos, fato que contou com a concordância dos
sindicalistas, ficando marcado para a próxima quarta-feira (20), no
gabinete do secretário na cidade administrativa. O presidente Denilson
deixou claro que a direção do SINDPOL/MG não tem nada contra o Chefe de
Polícia ou membros do Conselho Superior, mas que acordos celebrados
devem ser cumpridos no tempo e ocasião em que são pactuados e que, lutar
contra o sucateamento e carência de investimentos na Polícia Civil é
dever de todos e não somente de um sindicato, e que a direção do
SINDPOL/MG estará presente na reunião com o Chefe de Polícia no gabinete
do Secretário.
Excedentes
Também
foi levado ao conhecimento do Secretário, mais uma vez, a solicitação
de providencias a respeito da necessidade de convocação do restante
excedente de escrivães do ultimo certame de 2012, pois ainda há unidade
da Polícia Civil carentes desse efetivo. O presidente Denílson também
cobrou do Secretário uma ação definitiva que solucione a situação dos
excedentes e indeferidos do concurso de agente de polícia (investigador)
do provimento 2008, pois em razão do limite de idade previsto no edital
da ocasião, mais de 120 policiais estão correndo o risco de perderem
seus cargos por causa desta limitação inconstitucional, o presidente
reclamou que esta situação não esta tendo a atenção devida e esperada
por parte da AGE e do próprio governo do estado, o que é prejudicial não
só para os trabalhadores, mas também para a instituição e segurança
jurídica dos procedimentos judiciais realizados por estes servidores. O
Secretário tomou nota de tudo e se comprometeu em dar respostas até a
próxima semana.
Fonte: SINDPOL/MG
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