Celso Martins - Hoje em Dia
A partir de maio, quem tentar se esconder em uma mata para fugir da polícia terá pouca chance de conseguir escapar. Os helicópteros da Polícia Militar de Minas Gerais terão uma câmera capaz de identificar à noite, de uma altura de 1.100 metros, tudo o que estiver debaixo das copas das árvores ou em locais escuros.
O sistema de raios infravermelhos permite a identificação, por meio de um monitor, pelo calor que o corpo emite. O policial que estiver na aeronave terá condições de saber se o que está na mata é um animal ou uma pessoa”, disse o comandante de Radiopatrulhamento Aéreo, tenente-coronel Ledwan Salgado Cotta.
Para equipar os três helicópteros e montar todo o sistema de recepção das imagens serão investidos R$ 8,5 milhões. O recurso é da Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos, do Governo Federal.
As imagens serão transmitidas para um veículo que estiver em solo, permitindo que a PM desloque reforços para os locais onde a câmera mostrar a localização do foragido. “Sem precisar jogar um canhão de luz sobre o local onde acontecem as buscas, a nova tecnologia mostra, por exemplo, quantos presos estão no telhado de um presídio onde acontece uma rebelião”, explica o tenente-coronel Ledwan Salgado.
A Polícia Militar de Minas Gerais será ainda uma das primeiras do país a receber quatro óculos de visão noturna que serão usados pelos pilotos e auxiliares. Cada acessório custa R$ 27 mil.
Os equipamentos permitem uma visão 70 vezes maior que a gerada pela luz natural. Os óculos estão sendo comprados e os testes serão iniciados até o fim do ano. A intenção da PM é comprar esses óculos para uso também no interior do Estado.
Uma segunda câmera que mostra foragidos escondidos em uma mata será comprada ainda nesta ano pela Polícia Militar com recursos da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp).
O chefe de Operações do Batalhão de Radiopatrulhamento Aéreo, major Messias Alan de Magalhães, explica que a Senasp liberou, no ano passado, R$ 8 milhões para a compra de mais um helicóptero, o sétimo do batalhão.
“Fizemos uma licitação que permitiu a compra de uma aeronave pelo menor preço. Foram pagos R$ 6,3 milhões. O restante será aplicado na câmera”, afirma o major. Segundo ele, o novo equipamento será instalado em um helicóptero que não fará a transmissão ao vivo, mas poderá ser usado em outra aeronave que está sendo equipada com esta tecnologia. Essa câmera terá condições de fazer a leitura de uma placa, durante a noite, de uma altura de 600 metros.
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