quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Joaquina de Pompéu


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Dona Joaquina Maria Bernarda da Silva Abreu Castelo Branco Souto-mayor de Oliveira Campos, (Mariana, 20 de agosto de 1752 - Pompéu, 1825), foi uma controversa fazendeira e senhora de escravos de Minas Gerais, Brasil.
Assim como Dona Beja e Chica da Silva foi uma das mulheres mais influentes do século XVIII e XIX[carece de fontes?].Ficou conhecida por alguns como Quina de Pompéu, Rainha do Oeste Mineiro, Baronesa do gado, Sinhá Braba, Grande Dama do Sertão, dentre outros títulos, conhecidos pela cultura oral. Sua fama perdura longamente, sustentada pela larga gama seus descendentes.

Origem da família Abreu Castelo Branco

Dona Joaquina era filha do Padre Jorge de Abreu Castelo Branco, advogado, formado na Universidade de Coimbra e de Dona Jacinta Teresa da Silva, nascida na Ilha do Faial.
Estudos publicados por Deusdedit Campos demonstraram que a família Abreu Castelo Branco é uma antiga família portuguesa. O pai de Dona Joaquina era filho de José Rabello Castelo Branco e de Isabel Maria Guedes. Por parte de mãe, era neto de Dona Damiana Josefina Margarida de São José casada com Don Pacheco Ribeiro, filho de Ana Angelica e Bernado de Viana do Castelo. [1]

Casamento

Precocemente demonstrou ter uma personalidade independente. Aos 11 anos era prometida do comerciante Manuel de Souza e Oliveira, mas se recusou a brindar com o noivo. Aproximou-se do capitão-mor Inácio de Oliveira Campos e declarou que era ele o seu escolhido. A vontade da moça sobressai e eles se casam em 20 de Agosto de 1764. Joaquina contava com apenas 12 anos e o Capitão com 30 anos.
  • Anna Jacinta de Oliveira Campos
  • Felix de Oliveira Campos
  • Maria Joaquina de Oliveira Campos
  • Jorge de Oliveira Campos
  • Joaquina de Oliveira Campos
  • Isabel Jacinta de Oliveira Campos
  • Inácio de Oliveira Campos
  • Anna Joaquina de Oliveira Campos
  • Antônia Jacinta de Oliveira Campos
  • Joaquim Antônio de Oliveira Campos
Inicialmente, o casal residiu em Pitangui, depois construiu uma fazenda na terra adquirida por eles em Pompéu. Nessa fazenda, D. Joaquina se tornou uma fazendeira próspera e rica, com grande prestigio social, mostrando-se superior ao marido na administração da fazenda, já que Inácio, acostumado à vida nômade, não possuía atributos para comandar a fazenda.
Segundo Agripa Vasconcelos, "Pompéu foi o primeiro núcleo organizado da civilização agrária das Gerais" de onde partiam tropas carregando gêneros alimentícios para diversas localidades de Minas. Principalmente em Vila Rica d'Ouro Preto, onde mandava boiada para vender carne barata durante a fome que atingiu a capital da Capitania de Minas Gerais em 1786. [2]

 Influência na Corte

Um fato que marcou a vida de Dona Joaquina foi a Transferência da corte portuguesa para o Brasil. Na ocasião da chegada da família real, o Rio de Janeiro encontrava-se despreparado para receber mais de 15 000 pessoas vindas de Portugal. Em 20 dias esgotaram-se todas as reservas alimentícias. O Vice-Rei do Brasil então pediu auxílio ao governador de Minas Gerais que, sem dinheiro e receoso de que os mineiros desconfiados não mandassem mercadoria a crédito, se lembrou de Dona Joaquina. A fazendeira atendeu o pedido, mandando carne, farinha, rapadura, milho e feijão. Assim D. Joaquina obteve fama. Durante anos a fazendeira sustentou a nova capital do Reino do Brasil. Qualquer pedido que ela fizesse ao Regente era atendida imediatamente.
De acordo com Agripa Vasconcelos, tamanha era a sua influência que ela obteve do rei Carta Branca. O que dava a ela total liberdade de ação, sendo imune a censura, processo e penas.
Dona Joaquina manteve uma amizade duradoura e fiel com a Casa Real Brasileira, até mesmo em uma grande crise, que cuminou com a Independencia do país. Dona Joaquina esteve pronta a auxiliar a monarquia, oferecendo abrigo para os soldados e doações para patrocinar a campanha.

 Herança

Quando morreu deixou em seu testamento "11 fazendas, 40 mil cabeças de gado, centenas de escravos, baixelas de prata, bandejas, barras de ouro e outros tesouros". [3]Além de uma imensa área territorial de 48.400km2 que hoje abrange as cidades de Abaeté, Dores do Indaiá,Bom Despacho,Pitangui,Pompéu,Pequi,Papagaios,Maravilhas e Martinho Campos. Segundo Vasconcelos as áreas somadas eram maiores do que a Bélgica, Suíça, Holanda, Dinamarca e El Salvador. Sua fortuna hoje seria de aproximadamente 2 bilhões de reais.

Descendentes de Dona Joaquina

Pela importância, influência e contribuição ao país. A família de Dona Joaquina pode ser comparada a família de Médici da Italia. Vários políticos importantes e outras autoridades de Minas Gerais são seus descendentes: (CAMPOS 2003)

Homenagem a matriarca

Em 2011 foi inaugurado na cidade de Pompéu o Centro Cultural Dona Joaquina do Pompéu. O complexo é composto de um museu, anfiteatro e área administrativa. O museu abrigará objetos pertencente a Dona Joaquina e sua família como mobiliário, utensílios domestico, cálice,fotografia, oratório, ferramentas, ferraduras, fragmentos de porcelana, bengala e espadas. A solenidade contou com a presença de Bertrand Maria José de Orléans e Bragança, além de várias autoridades.[4](WERNECK, 2011)

Bibliografia

  • Pompéu na História
  • CAMPOS, Deusdedit Pinto Ribeiro de. Dona Joaquina do Pompéu: Sua história e sua gente. Belo Horizonte: Roma,2003.
  • VASCONCELOS, Agripa. Sinhá Braba - Dona Joaquina do Pompéu. Editora Itatiaia, 1966.
  • NORONHA,Gilberto Cézar de. As Duas Faces da Matriarca. Revita de história da Biblioteca Nacional.14 de julho de 2008.
  • WERNECK,Gustavo Pela história da Dama do Sertão. Jornal Estado de Minas. ago.2011.

Referências

  1. CAMPOS, Deusdedit Pinto Ribeiro de. Dona Joaquina do Pompéu: Sua história e sua gente. Belo Horizonte: Roma, 2003.
  2. VASCONCELOS, Agripa. Sinhá Braba - Dona Joaquina do Pompéu. Editora Itatiaia, 1966.
  3. NORONHA,Gilberto Cézar de. As Duas Faces da Matriarca. Revita de história da Biblioteca Nacional.14 de julho de 2008.
  4. WERNECK,Gustavo. Pela história da Dama do Sertão. Jornal Estado de Minas. Agosto de 2011.

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