Os problemas envolvendo o Hospital São
José parece aumentarem a cada dia. Com uma dívida milionária junto ao
Instituto Nacional de Seguro Social – INSS, com fornecedores e até com
funcionários e médicos contratados, a direção não viu alternativa senão
renunciar.
Desde então a unidade médica encontra-se
funcionando de forma precária. De acordo com o secretário municipal de
saúde, Caio Túlio, a subvenção que era repassada pela administração
municipal anterior, deixou de ser entregue entre os meses de outubro a
dezembro, o que gerou insuficiência financeira, e consequentemente levou
toda a diretoria a apresentar uma carta renúncia ao ministério público.
Para solucionar o problema, duas reuniões
foram marcadas pelo ministério público na tentativa de promover uma
nova eleição da Fundação São Vicente de Paula, no entanto, de acordo com
o secretário, não ouve quorum suficiente para promover a eleição e o
resultado foi o fechamento do hospital.
Caio Túlio explica que sem os repasses,
os médicos que realizavam o trabalho à noite, como contratados, deixaram
de receber seus salários e por esse motivo deixaram de trabalhar. Sem a
presença de pelo menos um médico, 24h por dia, qualquer hospital é
impedido de promover internações, "se um paciente tiver problemas
durante a noite, sem um médico presente, quem vai fazer o atendimento?"
Os problemas tiveram início depois que
chegou à mídia, as várias mortes ocorridas na maternidade do hospital.
Uma auditoria foi realizada em 2012 e seu resultado foi entregue
indevidamente a um órgão de imprensa que publicou o que deveria ser uma
informação sigilosa.
Essa auditoria apontou que para funcionar
corretamente a maternidade precisava contar com anestesista, pediatra e
obstetra, presentes na unidade, 24h por dia. Dessa forma, trabalhando
em regime de horário 12 por 36, que é o mais usado nesse tipo de
seguimento, trabalhando o profissional 12 horas e descansando 36, seriam
necessários pelo menos quatro profissionais de cada área. Cada equipe,
somada aos profissionais já contratados, incluindo os de sobreaviso,
geraria um despesa de R$ 60 mil, sendo quatro equipes, o custo seria de
R$ 240 mil por mês.
Diante da situação, a diretoria da
Fundação Hospitalar São Vicente de Paulo procurou o secretário municipal
da época que afirmou não ter dinheiro em caixa para arcar com os custos
o que decretou o fechamento da maternidade.
Caio explica que há uma entidade local
disposta a assumir a direção do hospital e reabri-lo nos próximos dias,
porém a decisão será tomada na próxima semana quando o promotor de
justiça responsável pelo caso retorna do período de férias. Uma reunião
está marcada para o início da semana e a partir dessa reunião é que terá
definido o rumo do único hospital existente na cidade.
O secretário afirmou ainda que há três
alternativas em pauta, entregar a administração do hospital a essa
entidade que se propôs a assumir; o promotor de justiça determinar um
interventor judicial por tempo determinado para assumir até que seja
promovida uma nova eleição na Fundação ou a própria prefeitura assumir a
direção do hospital, o que não seria viável uma vez que administrado
pela prefeitura, todos os convênios firmados para atendimento particular
precisariam ser cancelados tendo em vista que sendo administrada por um
órgão público, a unidade médica não pode cobrar por seus atendimentos,
gerando ainda mais custos ao município.
No entanto, caso não se resolva até o
final de fevereiro, a prefeitura vai assumir o problema, "já está
conversado e decido, se não se resolver, com um interventor judicial ou
com a entidade que manifestou interesse, a prefeitura vai assumir"
afirma o secretário.
Na manhã de quinta-feira (14) a
reportagem do jornal o Popular esteve no hospital e foi informada pelo
atendente que não havia ninguém internado bem como não havia nenhum
médico no local. O funcionário afirmou ainda que curativos são os únicos
procedimento realizado na entidade a pacientes que foram atendidos na
clinica ou no próprio hospital, antes de seu fechamento e que os
procedimentos se resumem aos atendimentos particulares e conveniados.
Fonte: Portal O Popular
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