sexta-feira, 24 de maio de 2013

Escalada da violência em Minas faz Estado mudar regras de pagamento de bônus a Policiais


Para ter direito a benefício, policiais devem atingir 100% das metas de redução de criminalidade
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Criminalidade no Estado cresceu 30% em 2011 e, mesmo assim, policiais civis e militares ainda recebe
Criminalidade no Estado cresceu 30% em 2011 e, mesmo assim, policiais civis e militares ainda receberam R$ 129 milhões de bônus
PUBLICADO EM 24/05/13 - 3h0
Com os índices de criminalidade em alta, o Estado resolveu fazer mudanças no pagamento do prêmio de produtividade a policiais civis e militares. A partir deste ano, os agentes só vão receber o bônus se houver redução da violência. Para isso, eles terão que atingir 100% das metas relativas aos indicadores finais, como homicídios e roubos. O benefício é pago desde 2008, mas nos últimos dois anos, os crimes violentos cresceram em Minas, e, mesmo assim, o incentivo financeiro não foi cortado, o que teria causado a acomodação dos policiais.

Em 2011, por exemplo, a criminalidade subiu 30%, mas policiais civis e militares ainda receberam R$ 129 milhões de bônus (ver quadro abaixo
). Até o ano passado, eles tinham que atingir 60% das metas estabelecidas para ações genéricas, como a apreensão de armas. A partir de agora, eles devem alcançar 80% delas. Além disso, terão que garantir o teto da meta dos índices finais.
Para o sociólogo Luis Flávio Sapori, secretário adjunto de Defesa Social quando o benefício foi implantado, o foco foi perdido. “O bônus funcionou bem primeiro, estimulando os policiais. Depois, a violência voltou a crescer, mas eles continuaram recebendo por controlar outros indicadores como inquéritos instaurados. A redução dos crimes foi deixada para segundo plano”.
A subsecretaria de Gestão da Estratégia da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag), Adriane Ricieri, explica que são considerados vários indicadores para o pagamento, como confiança do cidadão, qualidade dos serviços prestados, além dos chamados finalísticos (homicídios, sequestros). “Mudamos as regras. Isso para atribuir mais desafios e conseguir resultados positivos. Se não reduzir os índices de crimes, não receberá o prêmio”.
O secretário de Defesa Social, Rômulo Ferraz, informou, por meio de sua assessoria, que o bônus estimula o profissional, mas que “para a redução dos índices de criminalidade, há outros fatores externos que interferem e que fogem ao nosso controle”.
Requisitos. Para o pagamento, é feito um acordo de resultados no qual as secretarias pactuam metas para o Estado e as separam por regiões e números de habitantes. O valor é calculado a partir da nota obtida nas metas e no último salário do servidor. Por exemplo, o policial que ganha R$1.000 e atingiu 70% das metas do ano, vai receber R$ 700 de bônus no ano seguinte.

“O que interessa à população é a queda de homicídios e de roubos. A premiação para essa redução motiva as polícias a estudarem onde há mais dessas ocorrências e atuar na prevenção”, disse o sociólogo Fernando Pimentel.
 

2 comentários:

  1. Já era sabido que a violência não diminuiria com as atuais políticas governamentais Pode-se pagar 20.000 mil de salário que isso não diminuirá a violência. Educação (inclusive religiosa), emprego e saúde, são os pilares para uma sociedade justa e humana...

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  2. Interessante... O governo paga um "Bônus" meia-boca, não investe em estrutura, material humano, concursos públicos e a culpa estoura na mão da polícia?! Eu não quero bônus, eu quero salário digno... Porque o governo não cumpre 100% do que lhe é necessário fazer? Se isso não ocorrer os deputados ficarão sem os "bônus" (auxilio moradia, auxilio paletó, verba extra de gabinete, auxilio transporte, auxilio alimentação)... Faça isso governo, jogue as mazelas do Estado nas costas da polícia, depois, colha os frutos por ti plantados...

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