O
suspeito de atirar contra um carro de reportagem do jornal O TEMPO, em
julho deste ano, segue foragido há mais de um mês. Paulo Cézar da Silva,
de 26 anos, é procurado pela polícia desde o dia 8 de agosto, quando
foi expedido pela Justiça um mandado de prisão contra ele.
Paulo foi indiciado pela Polícia Civil (PC)
por tentativa de homicídio qualificado e também tráfico de drogas. Nesta
terça-feira (24), a Polícia Civil apresentou a conclusão do inquérito.
A apuração da PC concluiu que o veículo
usado pelo suspeito no dia do atentado era da sogra dele. No entanto,
foi encontrada uma certa quantidade de droga escondida no aparelho de
som do veículo. Paulo confessou ser dono do material e acabou indiciado
por tráfico. A polícia acredita que ele seja gerente de várias bocas de
fumo na região.
Na época do crime, o acusado se apresentou à
polícia na presença da advogada. Ele foi ouvido e liberado porque não
havia mandado de prisão contra o suspeito, que já tem passagem pela
polícia por porte ilegal de armas.
As investigações foram presididas pela
delegada Fabíola Alessandra, auxiliada pelo delegado Flávio Grossi, e
com o apoio do delegado titular da 7ª Delegacia Especializada de
Investigações de Homicídio de Contagem, Alex de Freitas. Para o
delegado, "além do atentando contra a mídia é também uma afronta à
liberdade de imprensa".
Relembre o caso
No dia 12 de julho deste ano, o veículo de reportagem do jornal transitava pela avenida Cristiano Machado, na região de Venda Nova, no sentido centro, quando o motorista de um Uno prata começou a provocar, acelerando e freando seguidamente.
No dia 12 de julho deste ano, o veículo de reportagem do jornal transitava pela avenida Cristiano Machado, na região de Venda Nova, no sentido centro, quando o motorista de um Uno prata começou a provocar, acelerando e freando seguidamente.
A situação se estendeu por cerca de cinco
minutos. Diante da irresponsabilidade e pensando em fazer uma matéria de
trânsito, o fotógrafo, que seguia no banco do carona, registrou as
imagens do Uno.
Ao perceber o flagrante, o homem se irritou e
decidiu dar passagem ao carro da reportagem. Ao passar pelo Uno, o
fotógrafo fez novamente uma imagem do motorista. A ação foi o estopim
para que o homem emparelhasse o veículo e gritasse alguns palavrões. Em
poucos segundos, ele sacou uma arma e atirou contra o carro.
Após o tiro, o Uno seguiu em disparada, cortando de forma perigosa os demais veículos que também seguiam na avenida.
Na época, o fotógrafo pensou que ao
registrar a cena o agressor iria por fim aos disparos. “Na hora em que
vi a arma, pensei que fotografá-lo seria uma forma de me defender e de
intimidá-lo. Talvez assim ele pudesse não atirar. Sei que corri muito
risco, mas não me arrependo de ter feito a imagem. Foi também uma forma
de registrar uma violência como essa”, declarou.
No mesmo dia do atentado, a Polícia Militar
realizou diligências, e o veículo foi localizado no município de
Vespasiano, na Grande BH. No interior do carro, foram encontrados um
tablete de maconha, 12 pedras de crack uma carteira de habilitação em
nome do suspeito e os óculos que ele usava no momento da ação.
Fonte: O Tempo
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